Custo de vida

Pressionada pela alta no preço de produtos farmacêuticos e de roupas e calçados, a inflação na região metropolitana de Belém ficou em 0,70% em abril, acima da registrada no mesmo mês de 2020 (-0,13%). Com isso, o índice acumula alta de 2,90% no ano e de 7,32% nos últimos 12 meses. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11) pelo IBGE.
O principal impacto na inflação veio do grupo Vestuário, que após cinco meses consecutivos de queda, subiu 1,55% em abril. Entre os itens que ficaram mais caros estão o vestido feminino (3,51%), o vestido infantil (3,41%), a camisa masculina (2,65%) e os calçados e acessórios (1,58%).
O segundo maior impacto veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, que teve variação de 1,53%, influenciada pelo aumento no preço de produtos farmacêuticos (3,29%). “No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A maior variação veio dos remédios psicotrópicos e anorexígenos (9,63%), seguido dos neurológicos (6,09%) e acompanhado pelos anti-inflamatórios (4,82%) e anti-infecciosos e antibióticos (4,31%).
Paralelamente o grupo de Transportes continuou em alta no mês de abril (1,23%). Na contramão da queda observada na maioria das regiões brasileiras alcançadas pela pesquisa, em Belém o valor da gasolina permaneceu em alta (2,60%), apesar de ter desacelerado frente ao mês anterior (7,32%). “Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final”, explica o pesquisador. Já o óleo diesel teve redução de 1,38% no preço. Outros responsáveis por elevar o índice dos Transportes foram a passagem aérea (11,01%) e o transporte público (1,80%).
Já o grupo alimentação e bebidas variou 0,60% em abril. O aumento no preço de alimentos como o tomate (5,46%), a alcatra (4,72%), o ovo de galinha (2,99%) e a cebola (2,38%) tornou a alimentação no domicílio (0,76%) mais cara. De acordo com o Kislanov, as carnes, que acumularam uma alta de 39,31% nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril devido, principalmente, à inflação de custos por causa da ração animal. “Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão impactando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado”, pontua o gerente da pesquisa.
Entre os alimentos que tiveram queda no preço, as frutas (-3,67%) foram o principal destaque. Outros produtos que também ficaram mais baratos nas cestas das famílias foram a cenoura (-8,10%), a batata-inglesa (-7,96%) e a linguiça (-3,71%).
O único grupo que puxou a inflação para baixo foi o grupo Habitação, com variação de 0,32%. O índice foi impactado pela desaceleração nos preços do gás de botijão (1,59%), que haviam aumentado 3,89% em março, e pelo recuo de 1,45% da energia elétrica. A bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, foi mantida em abril. Artigos de limpeza como a água sanitária (-2,91%) também tiveram queda nos preços.