Comércio

Pressionada pela alta no valor de artigos de residência (1,48%), de roupas (1,07%) e da energia elétrica (1,03%), a inflação na região metropolitana de Belém atingiu 0,48% em maio, acima da registrada no mesmo mês de 2020 (-0,39%). Com isso, o índice acumula alta de 3,39% no ano e 8,26% nos últimos 12 meses. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (9) pelo IBGE.
Depois de apresentar variação de 0,79% em abril, em maio o preço de artigos de residência continuou subindo (1,48%). Com aumento no valor de aparelhos eletrônicos (2,08%), de mobiliários (1,20%) e de utensílios (1,0%), o grupo foi o responsável pelo maior impacto na inflação. Na contramão do comportamento geral do grupo, ficaram mais baratos os itens de cama, mesa e banho (-1,40%).
O segundo maior impacto na inflação veio do grupo vestuário (0,86%), que teve a segunda alta consecutiva após cinco meses de queda. Na maioria dos meses de pandemia, o comportamento do grupo foi de queda nos preços, no entanto, passa a apresentar encarecimento em itens como as roupas masculina (1,39%), feminina (1,16%) e infantil (0,23%) e os calçados e acessórios (0,53%).
Em seguida, o grupo habitação causou o terceiro maior impacto no índice (0,66%), pressionado principalmente pelo aumento na energia elétrica (1,03%). “A alta da energia elétrica se deve a dois fatores. O primeiro deles foi que em maio passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que trouxe uma diferença grande em relação à bandeira amarela, que estava em vigor de janeiro a abril. O outro fator é a série de reajustes que houve no final de abril em várias concessionárias de energia elétrica espalhadas pelo país”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 acrescenta R$4,169 na conta de energia a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Também aumentaram o carvão vegetal (1,89%) e o gás de botijão (1,28%).
Já o grupo alimentação e bebidas, que já havia tido alta de 0,60% em abril, registrou inflação de 0,63% em maio. Os preços da alimentação no domicílio desaceleraram (0,63%) frente a abril, quando haviam tido alta de 0,76%. Essa desaceleração foi causada, especialmente, pela queda nos preços da cebola (-7,22%), das frutas (-6,00%) e do arroz (-3,30%). Já as carnes (2,47%) continuaram a subir e acumulam aumento de 43,88% nos últimos 12 meses. Para Kislanov, o aumento das carnes é um dos fatores que explicam por que comer fora de casa ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,63% em maio e, no mês anterior, havia caído 0,08%. As altas do lanche (2,55%) e do refrigerante e água mineral (1,69%) contribuíram para o aumento.
O grupo transportes, apesar de ter registrado alta de 0,40% em maio, desacelerou frente a alta do mês anterior (1,23%). Os principais responsáveis por puxar a inflação para baixo foram a passagem aérea, com redução de 10,90% no preço, e o valor dos combustíveis (1,07%), que desacelerou na comparação com o mês anterior (2,48%). A variação da gasolina em maio (0,97%) foi a menor desde janeiro (0,40%), quando o produto passou a apresentar aumentos sucessivos.