Isolados em casa?
Devido às medidas de segurança impostas pela pandemia, este é o segundo mês de julho em que a população brasileira ainda precisa ficar em casa. Por essa razão, a ausência de saídas no período das férias e os efeitos acumulados do isolamento podem ser sentidos dentro de casa por todos os membros da família e de maneiras diferentes.
Segundo Melissa Fecury, coordenadora do curso de Psicologia da Faci, é natural que haja estresse em um ambiente com muitas pessoas reunidas. “Assim como em qualquer sociedade, os membros de uma família podem ser extremamente distintos. Divergências de opiniões, rotinas diferentes e a própria ansiedade de estar isolado em casa pode causar alguns conflitos”, ela explica.
Realizar atividades em conjunto e estimular diálogos são algumas opções que podem facilitar o convívio no mês de julho dentro de casa, de acordo com a idade e gostos de cada familiar. Para a especialista, até mesmo crianças e adolescentes podem aproveitar as férias em casa. Assistir filmes com temáticas mais leves, como animações, fantasia e aventura podem ser uma boa escolha para a distração dos filhos. Outras alternativas são jogos que reforcem habilidades ou o uso da lógica, como jogo da memória, quebra cabeça, ou então cursos online com temáticas mais descontraídas, como de línguas estrangeiras ou artes.
Já os adultos podem investir em leituras, práticas que estimulem o raciocínio e ainda atividades manuais que minimizem a inquietação. Pequenas reformas na residência, mudar os móveis dentro dos cômodos, consertos de objetos, manuseio de instrumentos musicais ou ainda conteúdos audiovisuais podem contribuir para a interação familiar ou momentos individuais agradáveis.
Conforme a explicação da psicóloga, torna-se fundamental que a família pense em modos de criar um ambiente confortável e a programação de uma semana juntos. “ Criar espaços mais funcionais e interativos podem facilitar a comunicação. Mas além das estratégias para se manter ocupado, é crucial que as pessoas compreendam a especificidade de cada um e acolham as dores e as queixas dos seus parentes. É natural estarmos todos estressados após tanto tempo com protocolos de segurança, então apoiar o próximo e oferecer escuta pode ser uma solução eficaz para qualquer problema”, comenta.