Empreendedorismo
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É o caso do confinamento do Frigorífico Frigol (Água Azul do Norte/PA). A empresa é a quarta maior do país em produção de carne bovina e suína. No total, são cinco unidades de produção:? duas no Estado de São Paulo, duas no Pará e uma em Goiás. Com aproximadamente 2.800 colaboradores, a Frigol fornece para o mercado nacional e exporta para mais de 60 países em todos os continentes. A unidade do Pará tem capacidade estática de 2.600 animais e passa por ampliação da linha de cocho – até o final do ano, a capacidade será para 4.800 animais, e os investimentos não param por aí. Para 2022, o objetivo é aumentar ainda mais, chegando a 6.500 animais estáticos.
“Os animais são 100% de parceria. A Frigol trabalha com sistema de boitel e a proposta principal é atender a escala do frigorífico, que fica na mesma propriedade. A estrutura existe há 12 anos, mas ficou alguns anos parada. A habilitação da Frigol para exportação à China viabilizou o retorno da operação. Para o futuro, pretende confinar somente animais que atendam às exigências do mercado externo”, relata Eduardo Henrique Seccarecio, engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria.
A Fazenda Porto Rico (Xinguara/PA), da Agropecuária SB Nova Vida, produz bezerros e gado PO, e usa o confinamento para preparo do gado para leilão ou para venda dos animais. “Neste momento, prepara os tourinhos que vão a leilão no próximo mês. Nesse processo, investem em uma boa dieta para ter animais com melhor aparência, acabamento e terminação. O objetivo não é a engorda em si. O gado fica de 130 a 150 dias nesse preparo e vai para leilão”, explica Olavo Bottino, médico veterinário e técnico do Confina Brasil.
Olavo também participou da equipe que visitou a Fazenda Umuarama (Canaã dos Carajás/PA), que faz ciclo completo, tem extensa área de pasto e utiliza genética Nelore cruzado com Senepol, Nelore/Angus e Nelore/PO. “Vimos uma excelente estrutura. A propriedade investe no aumento dos locais de armazenagem de insumos por causa da difícil logística da região, se garantindo com silos verticais e barracões para armazenar insumos, como DDG, torta de algodão e farelo de soja. Também tem produção de sorgo para silagem, intensifica e investe em tecnologias para melhorar cada vez mais a produção, principalmente da lavoura consorciada com as áreas de pastagens”, diz o médico veterinário e técnico do Confina Brasil.
Outra visita do Confina Brasil foi à Fazenda Água Fria (Xinguara/PA). O proprietário chegou à região na década de 70, cujo único acesso era via barco. Foi preciso persistência para iniciar o negócio. “O empreendedorismo, a vontade de crescer e o investimento realizado possibilitaram a abertura da fazenda”, destaca Olavo, que comenta que o gado Nelore tem um ótimo padrão. Até o ano passado, a fazenda trabalhava com sistema de engorda a pasto e semiconfinamento, além de suplementação de alto nível. “Em 2021, ativaram a planta de confinamento, com capacidade estática de 6 mil cabeças. No momento, estão com 4.500 animais. Entram no confinamento animais entre 20 e 22 meses, com cerca de 400 kg. A propriedade trabalha a pecuária de ciclo curto e a agricultura envolve milho e silagem, insumos para consumo próprio”, diz Olavo.
A equipe ainda visitou a Fazenda Veloso (Eldorado dos Carajás/PA), propriedade de grande extensão com mais de 10 mil hectares, sendo 9 mil abertos, considerados prontos para receber pastagem e destes, 1.500 utilizados para produzir grãos, milho e soja. “O confinamento tem capacidade estática para 8 mil animais. Antes terminavam 16 mil animais, porém, devido à alta dos insumos e da reposição, terminam entre 8 e 10 mil no ano. Ainda estão avaliando se continuam com a baixa lotação ou se adotam uma estratégia diferente para uma nova fonte de renda na propriedade”, conclui Olavo.