Saúde da Criança
No mês de agosto, dois acidentes graves ganharam destaques nos principais noticiários paraenses, principalmente pela gravidade e pelas vítimas envolvidas. O primeiro foi no dia 18, no km 10 da rodovia BR-316, em Marituba. Já no dia 25, outro acidente, desta vez na avenida Nazaré, bairro nobre de Belém.
Em comum, os acidentes resultaram na morte de duas crianças, uma de dois meses de vida e outra com dois anos de idade. Além das vítimas mirins, as mães também não resistiram aos ferimentos.
Coincidência ou não, a presença de crianças e adolescentes em acidentes de trânsito trouxe reflexos no número de atendimentos no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB).
A unidade realizou um comparativo entre os meses de janeiro a junho de 2020 com o mesmo período em 2021. O resultado apontou um crescimento de 10,65% no número de atendimentos a pacientes entre 1 mês de vida a 14 anos de idade.
Segundo os dados do hospital, no primeiro semestre de 2020, foram admitidas 122 crianças e adolescentes. Neste ano, no mesmo período, o Metropolitano registrou 135 atendimentos de pacientes na mesma faixa etária, todas vítimas de acidentes de trânsito.
O autônomo Genesis dos Santos é do município de Ourém, nordeste do Pará, e está no Metropolitano acompanhando o filho, de apenas 5 anos. O menino foi atropelado por um carro e foi trazido para o hospital após sofrer diversas fraturas em uma das pernas.
“Ele estava brincando com outras crianças e por um momento de descuido, um carro acabou atingido ele. Meu filho caiu no chão e o veículo acabou passando por uma das pernas, o que causou grandes lesões”, contou o pai.
Por ser referência no tratamento de traumas de média e alta complexidade, o Hospital Metropolitano recebe pacientes de várias regiões do estado do Pará. A unidade do Governo do Estado, sob gestão da Pró-Saúde, oferece atendimento 100% gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O que diz a Lei?
De acordo com o Ministério da Saúde, o acidente de trânsito é a principal causa de mortes de vítimas de até 14 anos no Brasil. Os dados mais recentes da pasta apontam ainda que em 2018, foram 680 óbitos de crianças nesta faixa etária. Em 2019, 8.704 foram hospitalizadas em todo país.
Com o intuito de evitar esse tipo de acidente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que crianças de até um ano de idade (até 13kg) devem ser transportadas no bebê conforto. Já o assento de elevação serve para crianças entre quatro e sete anos (entre 15 e 36kg). As faixas etárias maiores, até 10 anos, já podem usar o cinto de segurança.
O descumprimento dessas regras é considerado infração gravíssima pelo CTB. “Os pais têm a responsabilidade de proteger os seus filhos, já que a criança não tem condições e nem responsabilidade de prover a sua própria segurança”, explicou o médico e coordenador do Pronto Atendimento do HMUE, José Guataçara.
“As crianças são um dos grupos mais vulneráveis a acidentes no trânsito. Seus corpos são mais frágeis e ainda estão em desenvolvimento. Casos mais graves poderiam ser evitados se as orientações de segurança fossem seguidas”, completou o médico.
Campanha de conscientização do Hospital Metropolitano
Para tentar evitar que mais pessoas sejam vítimas de acidentes de trânsito, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência realiza durante todo o ano, diversas ações em relação aos riscos da direção perigosa.
Um desses projetos é o “Direção Viva”, que tem o objetivo de sensibilizar os condutores que trafegam na Rodovia BR-316. As ações já atingiram milhares de pessoas e contribuíram com a diminuição no número de acidentes de trânsito na Região Metropolitana de Belém e cidades interioranas.
“As campanhas, tanto de palestras educativas nas escolas quanto panfletagem, na rodovia BR-316, são apenas algumas das muitas iniciativas que buscam conscientizar as pessoas quanto à segurança no trânsito”, destacou a diretora Hospitalar do Metropolitano, Alba Muniz.
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