Mais de 32 mil alunos do ensino fundamental e educação de jovens, adultos e idosos retornaram as salas de aula nesta segunda-feira, 20. A Secretaria Municipal de Educação (Semec) acompanhou a volta dos alunos nas escolas municipais durante a acolhida das famílias e constatou a execução dos protocolos de biossegurança. Neste momento, retornam os estudantes do 1 ao 5 ano de forma gradual e escalonada em grupos com 33% das turmas.

Esta nova fase reafirma o sucesso da retomada das aulas no último dia 13 com a educação infantil. O aplicativo Guardiões da Saúde criado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) em parceira com o Centro de Competência em Software livre (CCSL), da Universidade Federal do Pará (UFPA) é uma ferramenta importante neste processo. Com ele, foi possível notificar o primeiro e único caso de covid-19 registrado até o momento, providenciando o afastamento imediato do aluno.

“Hoje é um dia que a maioria dos estudantes retorna para as escolas. Voltamos com muita alegria e com muito cuidado. O projeto Guardiões da Saúde está funcionando. O nosso retorno escalonado com biossegurança está funcionando. Desejo um excelente retorno para todos os nossos servidores, que as nossas crianças reencontrem a alegria na escola e que os pais tenham segurança de trazer seus filhos. Isso é muito importante para que a gente possa garantir o ensino-aprendizagem”, disse profª Drª Márcia Bittencourt, titular da Semec.  

Acolhimento orienta sobre novo calendário letivo 

Os professores informaram, inicialmente, aos alunos o acréscimo de mais 232 horas/aulas de atividades complementares não presenciais, ou seja, para serem feitas em casa e completar às 824 horas/aulas do ano letivo de 2021.

As atividades serão realizadas em parceria com os professores da sala de informática e da biblioteca, inspirada na Pedagogia de Projetos com temas geradores que permite o estudante aprender por meio da experiência de pesquisa do seu interesse a partir da particularidade e realidade da comunidade escolar.

“A sala de informática colaborou bastante com os demais professores que tinham receio com a tecnologia, porque a realidade da pandemia exigiu de nós. E agora a sala de informática vai trabalhar ainda mais a leitura, escrita e interpretação para ajustar essas aprendizagens e seguir com o mínimo de perdas. A nossa metodologia vai buscar atender a parte da aprendizagem com empatia e ludicidade”, explicou Márcia Pereira da Silva, professora de informática educativa da EMEF Prof. Palmira Lins de Carvalho, localizada na Marambaia.

Programação cultural contagia estudantes e responsáveis

Cada escola realizou uma programação especial. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Palmira Lins de Carvalho, na Marambaia, a professora de arte Elisângela Gomes preparou uma apresentação musical que já vinha trabalhando de forma não presencial para o Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. É uma canção africana de boas-vindas que utiliza a percussão corporal para transmitir amor e união. A escola ainda convidou a escritora Telma Cunha para um momento de poesia com os alunos.

Thiago Cunha, de 10 anos, estudante do 4º ano comandou a apresentação e estava empolgado. “Estou muito feliz de volta ás aulas, por conhecer os novos professores, falar com as pessoas, conversar e brincar. Gostei muito da escola”.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Pedro Demo, em Outeiro, a programação foi direcionada aos alunos da etnia Warao, que vivem nas comunidades Prosperidade e Beira Mar, atendidos na unidade. Teve capoterapia e contação de história na biblioteca escolar Poetilha. O Evelho Rafael Mariano Mata, de 11 anos, estudante do 3º ano recentemente matriculado na rede municipal estava ansioso com o retorno. “Quero aprender, conhecer pessoas, e crescer. Gostei da minha nova escola”.

A escola conta com a parceria do projeto Super Pancas, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) por meio do monitor escolar Roisdael Calderon, que atua com atividades de educação não formal, ou seja, atividades lúcidas de interculturalidade aplicada a uma metodologia trilíngue em português, warao e espanhol.

À noite, os estudantes da educação de jovens, adultos e idosos também demonstraram saudades da escola.A Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo Freire também promoveu uma programação com contação de histórias para os seus alunos. “A pandemia me fez quase desisti. Agora com o retorno presencial me sinto mais motivada,  porque nem sempre conseguia acompanhar as atividades online devido o meu trabalho e o acesso a internet. O que me deu forças pra continuar foi o meu filho. Meu sonho é fazer faculdade de arquitetura. Quero dar um futuro melhor pra ele e também ajudá-lo nós estudos", contou Raimunda Carvalho de Oliveira, 39 anos, cuidadora de idosos, estudante da 4 Totalidade da Ejai e este conclui o ensino fundamental. 

No dia 27 de setembro de 2021 retornarão os anos finais, ou seja, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e a 3ª e 4ª totalidade da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), com os alunos distribuídos ainda em grupos de 33% das turmas e comparecimento presencial em dias alternados.