Educação

Medalhas em olimpíadas científicas substituem vestibulares

Algumas universidades públicas brasileiras oferecem vagas a jovens medalhistas em olimpíadas de conhecimento

Com o intuito de aumentar as formas de acesso ao ensino superior, foram criadas as vagas olímpicas nas universidades públicas brasileiras, desde 2018. As instituições de ensino oferecem vagas em seus cursos de graduação para jovens que ganharam medalhas em olimpíadas científicas, sem que eles precisem fazer a prova de vestibular. O método é bastante comum em outros países. Por enquanto, as vagas olímpicas estão disponíveis na USP (Universidade de São Paulo), na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e na Unifei (Universidade Federal de Itajubá).

Cada instituição tem seus próprios critérios de seleção, disponibilizados nos editais. Geralmente, é criado um sistema de pontuação que se baseia nas medalhas conquistadas pelos alunos. Os candidatos devem comprovar sua participação e premiação na olimpíada, além de apresentar o histórico escolar do ensino médio para ser avaliado.

Em 2020 e 2021, no colégio Physics, de Belém, aproximadamente 249 alunos foram premiados em olimpíadas de conhecimento. Dois deles são o Davi Meirelles, de 9 anos, aluno do 4º ano do Ensino Fundamental, e a Gabriela Silva, de 10 anos, estudante do 5º ano, que conseguiram conquistar medalhas de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).

De acordo com Luziane Meirelles, mãe de Davi, foi a primeira vez que ele participou de uma competição desse tipo. O estudante pretende participar mais vezes, pois ficou muito feliz com o resultado que conseguiu conquistar. “O Davi tem uma rotina de estudos. Ele estuda sozinho, e também consegue absorver de forma significativa o que é ministrado em sala de aula. Procura exercícios na internet, faz quiz… E sempre que posso deixo atividades prontas para ele fazer. Sou muito presente na vida escolar dos meus filhos”, afirmou a mãe, que é psicopedagoga.

Para Luziane, dicas importantes para quem quer participar de olimpíadas de conhecimento são: tentar ao máximo absorver os ensinamentos na sala de aula e ter uma boa rotina de estudos. “Em casa, incentivamos a leitura desde cedo, e quem tira nota máxima ganha um mimo. Este mês, Davi escolheu, de presente, ir ao cinema comigo, apenas nós dois. Somos cinco em casa”, contou.

Charles Silva, pai de Gabriela, é físico no Instituto Federal do Pará (IFPA), e sempre incentivou a filha a gostar de astronomia, matemática, física, biologia e outros tipos de ciência. “É a segunda vez que a Gabriela ganha medalha de ouro na OBA. Ela é competitiva e gosta muito de aprender, então utilizo as olimpíadas como um estímulo. Isso a ajuda bastante a evoluir intelectualmente. Além de aprender e estudar comigo e na escola, ela também resolve as questões no aplicativo das olimpíadas e faz provas anteriores”, explicou o professor.

Na opinião de Charles como pai e professor, as crianças e os adolescentes têm que ser cada vez mais estimulados a gostar de ciências, por meio de atividades de ensino que propiciem um ambiente investigativo, aguçando a curiosidade e a criatividade dos alunos e incentivando a troca de conhecimento. “A minha esperança é que a gente possa colaborar no sentido de oportunizar os jovens, por meio de iniciativas educacionais que desenvolvam os interesses deles. A partir do momento que a gente consegue fazer com que eles gostem de estudar, qualquer que seja a olimpíada ou competição, eles vão se sentir capacitados e confiantes”, concluiu Charles. 


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