Graziela

















Foto: Arquivo pessoal de Graziela
É com brilho nos olhos, sorriso estampado no rosto e uma voz tranquila que Graziela Fernandes vivia contando histórias e sua paixão por máquinas velozes. Além de carros de corrida, Graziela amava pilotar barcos, motos de grande potência e aviões. Isso mesmo: Graziela Fernandes foi a primeira mulher habilitada a pilotar tudo isso! Praticou por 31 anos a aviação e entre as décadas de 60 e 70 fez história no automobilismo brasileiro pilotando Alfa Romeo na equipe Willys antes de ser comprada pela Ford. Isso aconteceu em 1969 e foi considerada uma das maiores fusões da indústria automobilística no Brasil até então.
A história de Graziela foi publicada no FlatOut (@flatoutbrasil), por Dalmo Hernande e Leonardo Contesini.
Segundo o @flatoutbrasil, o primeiro carro de corrida de Graziela, aos 16 anos de idade, foi um Willys Interlagos, versão brasileira do clássico francês Alpine A108. Com ele, Graziela participou das 100 Milhas da Guanabara, no Rio de Janeiro/RJ, e chegou em 3º lugar na prova feminina. Em 1966 Graziela foi uma das responsáveis pela primeira participação feminina na prova dos 1000 Quilômetros de Brasília.

Nascida no Paraguai, Graziela Fernandes naturalizou-se brasileira muito cedo e considera o Brasil sua verdadeira casa, embora nunca tenha perdido o sotaque castelhano. Graziela cursou engenharia mecânica e conseguiu emprego na Willys-Overland testando carros e ajudando a determinar ajustes finais nos projetos. Tempo depois foi convidada a dar aulas de mecânica e pilotagem para mulheres.

Nos anos 70, Graziela também tirou seu brevê de piloto. Começou pilotando um monomotor. Depois, passou para bimotor. Por fim, tirou o certificado de piloto de linha aérea (PLA), sendo a primeira mulher a conseguir esta que é a mais alta graduação para um piloto de avião no Brasil. Foi nos aviões que ela construiu sua vida e sua carreira, acumulando 7.000 horas de voo em 31 anos. Como se não bastasse, ela também era examinadora de pilotos, avaliando as habilidades dos candidatos a conduzir aviões no País todo.

Graziela já havia mostrado sua capacidade de ser veloz na terra e no ar, só faltava a água... e isso aconteceu em 1990, disputou o Campeonato Brasileiro de Offshore, culminando a temporada com uma brilhante vitória na etapa final, na Baía da Guanabara.
Nas provas os barcos eram capazes de chegar a quase 100 km/h. Só parou porque as corridas foram proibidas no fim da década de 90 por serem perigosas demais.

Na pista, na água e nos céus… nunca houve limite para a vida de Graziela Fernandes. Histórias como a de Graziela merecem ser reconhecidas por todos. Em toda sua história sempre foi extremamente competitiva e praticou outras modalidades esportivas com premiações.Graziela Fernandes foi campeã paulista e brasileira de tiro esportivo. A paixão pelas disputas se traduzia na delicadeza e atenção com quem travava a todos, dizem os mais íntimos.
"Se precisasse morrer hoje, eu poderia, depois de tudo que eu já fiz na minha vida, eu tô completa! É só olhar pra trás… que pra mim tá ótimo", afirma a pilota durante documentário gravado pelo Clube Alfa Romeo do Brasil.

VIDA E MORTE DE GRAZIELA
Infelizmente Graziela Fernandes nos deixou 10 dias atrás, na manhã do dia 20 de dezembro de 2021, aos 73 anos de idade. Seu legado foi celebrado e admirado pela comunidade de entusiastas do automobilismo.
HOMENAGEM

A equipe de documentaristas do Alfa Romeo Clube - um dos maiores grupos alfistas do Brasil, realizou uma bela homenagem em uma linda entrevista de pouco mais de dez minutos de duração.
Vale muito a pena conhecer mais sobre esta história.
(Clique no link e ASSISTA no Youtube)
https://www.youtube.com/watch?v=tLsacFMDutA&t=70s
Fontes: Alfa Romeo Clube, Nobres Do Grid, Flatout; Quatro Rodas; Yellow Pages; Depoimentos; Vídeos e Fotos do arquivo pessoal da piloto.
Veja mais informações e fotos desta belíssima história:





