INVASÃO
Cerca de 30 indígenas da etnia Tembé invadiram duas fazendas (Nippak e Campos Belo) e o polo industrial da empresa Brasil BioFuels – BBF da região de Tomé-Açu e Acará, na manhã desta terça-feira, 05. Ao menos 30 funcionários e terceirizados da empresa foram mantidos reféns dentro de um ônibus por quase duas horas, enquanto ocorria a invasão, o roubo de bens e materiais e o vandalismo. O fato se registra em menos de uma semana em que o ouvidor agrário do Tribunal de Justiça do Estado do Pará – TJPA, desembargador Mairton Marques Carneiro, promoveu uma reunião na tentativa de conciliar as partes. No feito, indígenas foram representados por advogados, MPF e Defensoria Pública. O magistrado ficou desapontado por não terem comparecido outras autoridades e entidades convidadas.
Além de manter as pessoas no veículo, os invasores entraram no escritório e alojamentos, destruindo e subtraindo computadores da empresa e objetos pessoais dos trabalhadores. As vítimas foram levadas à delegacia de Polícia Civil para registro de boletim de ocorrência.
Na última sexta-feira (1º/04), em reunião convocada pela Ouvidoria Agrária do Tribunal de Justiça do Estado do Pará – TJPA, os representantes da BBF reforçaram a necessidade de cumprimento de decisões liminares em ações de reintegração de posse de suas áreas de plantio na região. Até o momento, a empresa já teve cerca de seis mil hectares de plantio de palma invadidos. As autoridades presentes, ao serem informadas da enorme quantidade de furtos de frutos, máquinas e equipamentos das áreas invadidas, manifestaram preocupação reforçando a necessidade de atuação imediata das forças policiais locais.

É estimado um prejuízo de R$ 50 milhões, calculado até o momento, em perdas de frutos e equipamentos pertencentes à empresa, tais como tratores, caminhões, contêineres e óleos. A BBF gera cerca de quatro mil empregos diretos no Pará, a partir da promoção do desenvolvimento econômico da região.
Mesmo depois das autoridades terem se reunido por convocação do Ouvidor Agrário, Desembargador Mairton Marques Carneiro, no dia útil seguinte à reunião (04/04), novamente, como tem ocorrido desde novembro de 2020, a segurança patrimonial da empresa comunicou à Polícia Militar, que por sua vez, flagrou mais uma ocorrência de furto de frutos de uma das fazendas da empresa, procedendo, conforme prevê a legislação, o encaminhamento do transportador e do produto do ilícito para a delegacia de Quatro Bocas, ocasião em que foi informada que não havia delegado, somente uma funcionária e a delegacia estaria sem sistema. Diante disso, a ocorrência não foi registrada, e a carga furtada foi liberada para o transportador.
A reportagem de A PROVÍNCIA DO PARÁ aguarda posicionamento dos representantes dos indígenas, mas, até o fechamento desta reportagem, ninguém atendeu às ligações.
FONTE: A província do pará
https://aprovinciadopara.com.br/