Saúde e Sustentabilidade



Foto: Divulgação
A riqueza da biodiversidade e da cultura da Amazônia Brasileira serviram de base para a encenação teatral feita nesta terça-feira (7/5), por crianças que estudam na Classe Hospitalar Prof. Roberto França, em funcionamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém.
A peça teatral intitulada de “Festa na Floresta” integrou uma das etapas do projeto anual “Amazônia: povos da floresta e rios”, desenvolvido pela equipe de professores da Classe Hospitalar do Oncológico Infantil, principal referência no Norte do país em oncologia pediátrica. A unidade pertence à rede de Saúde Pública do Governo do Estado e é gerenciada pela Pró-Saúde.
A performance teatral sobre seres mitológicos da Amazônia, rios e plantas garantiu aos expectadores a oportunidade de apreciar a arte da encenação e ampliar os seus conhecimentos sobre a pluralidade cultural amazônica, bem como a importância da preservação da floresta e alerta sobre a poluição dos rios.
O evento contou com a participação ativa de todo o time de professores da Classe Hospitalar, que protagonizaram papeis de seres lendários que fazem parte do imaginário mítico da Amazônia Brasileira.

Os professores e alguns colaboradores do hospital contracenaram com crianças e adolescentes que fazem tratamento na unidade e dão continuidade aos estudos na Classe Hospitalar.
O destaque foi a aparição de personagens muito conhecidos como Matinta Perera, Iara, Boto, Vitória Régia, Curupira, onça pintada, entre outros, que deram o tom ao roteiro bastante diferenciado e promoveu a interação com o público que prestigiou o espetáculo infantojuvenil.
A professora Elizabete Pires, que ministra aulas na Classe Hospitalar das disciplinas de Biologia e Ciências, destacou que o evento é oportuno, pois acontece no mês em que se comemora o Dia Internacional do Meio Ambiente.
“Esta ação aborda, entre outras coisas, a diversidade das populações tradicionais e o lendário amazônico, enfatizando a importância das personagens na preservação dos rios e florestas por meio das suas histórias. Desse modo, nossa finalidade foi explorar as culturas e reafirmar a identidade amazônica”, disse a professora Elizabete.
Quem gostou e participou pela primeira vez do projeto foi o adolescente indígena Huer Tembé, de 15 anos de idade, da etnia Tembé Tenetehara, natural da Aldeia Tekohaw, localizada a 170 km do município de Paragominas. Ele faz tratamento contra uma leucemia e é um dos alunos novatos da Classe Hospitalar.
“Foi muito bom participar da atividade escolar, porque me ajudou a fazer novos amigos”, disse o indígena, que interagiu nos ensaios da peça fazendo a figuração de uma arara da Amazônia.
Outro estudante que gostou do trabalho coletivo foi Paulo Fernando Rabelo, de 12 anos, que há seis meses faz tratamento contra um câncer e cursa o 6º ano na Classe Hospitalar.
“Eu achei muito legal essa peça aqui na minha escola. Pude relembrar os mitos e está sendo um aprendizado gigante pra mim”, disse Paulo Fernando.
A professora-referência da Classe Hospitalar, Anna Elvira Santos, que trabalha a educação física com as crianças, comentou sobre a performance dos alunos.
“Ao longo dos ensaios, trabalhamos a espontaneidade física de cada estudante. Eles conseguiram traduzir os conhecimentos que aprenderam de modo interdisciplinar, por meio de uma linguagem corporal individual”.
A brinquedista do Setor de Humanização do hospital, Joyce Wanzeller, foi uma das profissionais que teve participação especial no elenco da peça. Ela destacou a importância do projeto.
“Este tipo de iniciativa, além de valorizar a cultura regional, amplia o conhecimento das crianças sobres as peculiaridades da Amazônia. Eu me sinto muito feliz em poder participar dessas ações”, frisou.
Para a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Oncológico Infantil, Natacha Cardoso, o evento foi uma maneira efetiva de diversificar o ensino e ampliar o conhecimento da cultura amazônica.
“A atividade fugiu ao padrão tradicional de ensino e permitiu aos alunos vivenciarem ambientes diferentes por meio da arte e poderem aprender mais sobre a vasta cultura amazônica”, observou.
A Pró-Saúde, gestora do Hospital Oncológico Infantil, incentiva e desenvolve parcerias que promovem a educação como parte dos cuidados com as crianças durante a assistência hospitalar. Com a descoberta de um câncer, muitas crianças precisam se afastar da escola no modelo convencional para fazer o tratamento.
A Classe Hospitalar do Oncológico Infantil é mantida desde 2015, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e tem, atualmente, cerca de 22 alunos matriculados em diferentes etapas de ensino.
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