
As grandes empresas do mundo estão buscando alternativas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em suas operações. E algumas dessas alternativas serão apresentadas no 1º Congresso Brasileiro de CCS: Desafios e Oportunidades de Desenvolvimento, que será realizado pela CCS Brasil nesta terça-feira, 20/09, em formato on-line no horário de 8h45 às 12h30 e de 14h00 às 19h30. A CCS Brasil é uma associação que incentiva o desenvolvimento de projetos de CCS como estratégia para uma economia de baixo carbono.
No encontro, serão debatidas as oportunidades de adoção de tecnologias de captura e armazenamento de CO2, que podem ser implementadas pelos setores da indústria como: petróleo, gás, etanol, biogás, mineração, termelétricas, cimenteiras, indústria química, de fertilizantes, refinarias e outras. A estratégia visa alcançar as metas de redução de emissões e contribuir na conservação do meio ambiente.
“O Brasil tem grandes empresas que podem servir de exemplo para o mundo na questão da captura e armazenamento de CO2. Por isso queremos criar essa interação entre os diversos stakeholders para demonstrar que é possível criar uma cultura de baixo carbono”, afirma Isabela Morbach, advogada, doutora em energia pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP e diretora da CCS Brasil.
“As tecnologias de CCS são uma das principais alternativas para descarbonização, por serem de fácil de implementar em indústrias já existentes e pela escala que conseguem atingir. Além disso, é uma nova atividade econômica que pode gerar milhares de empregos verdes no Brasil e alavanco desenvolvimento sustentável”, explica Nathália Weber, engenheira, mestre em energia, doutoranda na Escola Politécnica da USP e diretora da CCS Brasil.
Lista de painelistas do 1º Congresso Brasileiro de CCS
Alan Cativo – Jornalista e Diretor de Operações da Temple Comunicação. Especialista em comunicação integrada.
Alberto Fossa - Sócio da Newen. Diretor da ABRINSTAL. Membro participante de diversos fóruns de normalização nacional. Coordenador de diversas comissões da ABNT. Coordenador de missões internacionais para desenvolvimento tecnológico, tratados de barreiras técnicas e programas de gestão de energia.
Alexandre Cardoso - Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Transição Energética da Vallourec do Brasil. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado em empresas multinacionais nas indústrias de O&G e alimentos
Alexandre Calmon - Advogado especialista em energia. É sócio do escritório Campos Mello Advogados em cooperação com o DLA Piper.
Andreas Nicolas Berntse - Gerente de Pesquisa do Formation Physics Group no SINTEF. Especialista em física e mecânica de rochas. Já foi Pesquisador e líder do grupo de Geociência Aplicada. É membro da American Rock Mechanics Association e presidente do Comitê Nacional norueguês para o WPC.
Anna Luisa Abreu - Advogada, mestre em administração (UFBA). É doutoranda em Ciência Ambiental pelo IEE-USP e consultora da empresa Ecofinance Negócios, onde trabalha auxiliando empresas em temas relacionados à descarbonização e mudanças climáticas. Desde 2016, pesquisa sobre a percepção pública das tecnologias de CCS
Bruno Previdello - Pesquisador líder na área de tecnologias de CCUS no Instituto SENAI de inovação em biomassa, com desenvolvimento de pesquisas na área de atuação é química, com ênfase em catálise, eletrocatálise, novos materiais e CCUS.
Carlos Mathias - Fundador e Direto da EQAO, Ecoinvest e Ecopart.
Carlos Peixoto - Cofundador e CEO da H2helium, no negócio de desenvolvimento de projetos de energia de baixo carbono. Atualmente é presidente do Comitê de Oil&Gas e membro do Comitê de Energias Renováveis da Câmara Britânica no Brasil e Head de Marketing da CCS Brasil.
Cézar Cerbam. Gerente de Negócios de Descarbonização para o setor de mineração na América Latina da Shell. É responsável por desenvolver novos mercados, entender as prioridades dos clientes e estratégias de sustentabilidade, projetar roteiros de descarbonização com os principais players de mineração e garantir que as soluções adequadas sejam implementadas.
Cléber Soares - Secretário de Inovação, Desenvolvimento, Sustentável e Irrigação substituto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Foi diretor de Apoio à Inovação para a Agropecuária na Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do MAPA (2020-2021) e diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, EMBRAPA (2017-2020)
Danilo Perecin - Engenheiro Químico pela Unicamp. Mestre e Doutorando em Energia no IEE/USP. Pesquisa o papel da bioenergia na descarbonização.
Fábio Miguel Menz - Engenheiro Químico (PUCRS) e mestre em Energias Renováveis pela Universidade de Oldenburg. Atua como Engenheiro de Projetos no time de Transição Energética da Raízen com foco na análise de tecnologias para produção de combustíveis renovável.
Felipe Maciel - Jornalista e acompanha o setor de energia há cerca de 20 anos. É sócio fundador da agência epbr, primeira agência de notícias especializada em políticas públicas para energia, petróleo e gás e transição energética do país. Já colaborou com Valor Econômico, Época Negócios, Jornal do Commercio, MyNews, entre outros
Fernanda Delgado - Diretora Executiva Corporativa do IBP. Professora na Fundação Getúlio Vargas - FGV. Professora do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, via convênio com a FGV. Doutora em Planejamento Energético (COPPE/UFRJ), Mestre em Tecnologia da Informação (CEFET/RJ) e MBA em Finanças Internacionais (FGV/EBAPE).
Fernando Vale - Analista sênior de petróleo e gás na Bloomberg Intelligence. É responsável pelo time de análise para o setor de Major Oil & Gas e refino nas Américas. Ocupou o cargo de vice-presidente no setor de Equity Research do Citigroup em Nova Iorque, cobrindo o setor de petróleo.
Gibran Cerezo - Conselheiro Técnico de Geociência da Halliburton. Possui 19 anos de experiência na indústria de exploração e produção de óleo e gás. Atuou em diversos projetos em diferentes bacias ao redor do mundo e experiência em reservatórios de petróleo pesado, águas profundas e não convencionais
Gustavo Bonolo de Campos - Doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica e Engenheiro Especialista em Inovação na ENEVA.
Heloisa Borges - Diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE. É Doutora, mestre e bacharel em economia (UFRJ), bacharel e pós-graduada em Direito (UERJ). Foi pesquisadora visitante na University of Virginia Law School e bolsista do Columbia Women´s Leadership Program.
Helton José Alves - Diretor Técnico-Científico da ABH2, professor e superintendente de Parcerias e Inovação da UFPR. Coordena o Laboratório de Materiais e Energias Renováveis e projetos de PD&I nas áreas de: conversão catalítica da biomassa para a produção de hidrogênio; purificação, armazenamento e usos do biogás/biometano.
Isabela Morbach - Cofundadora e Diretora da CCS Brasil. Advogada no escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques. Mestre em Direito Financeiro e Doutora em Energia pela USP. Há quatro anos pesquisa aspectos regulatórios e jurídicos, relacionados aos projetos de CCS. Foi pesquisadora do RCGI, onde fez parte do projeto que subsidiou o PL 1.425/2022, sobre CCS.
Israel Lacerda - Consultor Legislativo do Senado Federal. Geólogo (UNB). Doutor em Energia pela USP. Pesquisa aspectos regulatórios e institucionais relacionados aos projetos de CCS. Foi pesquisador do RCGI, onde fez parte do projeto que subsidiou o PL 1.425/2022, sobre CCS.
Jeff Erikson - Gerente geral e engajamento de clientes no Global Carbon Capture and Storage Institute, um thinktank internacional, cuja missão é acelerar a implementação de CCS
Joe Howe - Diretor Executivo no Chester Energy Institute. He has extensive experience of working interchangeably with industry on major environmental initiatives across the UK and overseas. Joe is a leading commentator on industrial decarbonisation and is active on a number of organisations engaged with CCUS, Hydrogen and Energy Security.
Júlio Meneghini - Diretor Científico do Research Centre for Gas Innovation na USP, além de professor da Escola Politécnica da Universidade São Paulo.
Marcelo Moreira - Sócio e pesquisador sênior da Agroicone. É especialista no setor sucroenergético, energias renováveis, agronegócio e sustentabilidade. Economista pela PUC-RJ, mestre em Economia pela FEA/USP e doutor em Planejamento Energético pela FEM/UNICAMP.
Nathália Weber - Cofundadora e Diretora da CCS Brasil e Gerente Geral da Manacá CCS. É Engenheira de Petróleo. Mestre em Energia e doutoranda em Engenharia Mecânica de energia e Fluidos na Escola Politécnica da USP.
Nicholas Fulford - Diretor de Transição Energética na GaffneyCline Americas. Bacharel e mestre em engenharia, possui vasta experiência no setor de gas natural. Nos anos trabalhou em projetos focados em gerenciamento de carbono, incluindo projetos de CCS.
Raphael Moura - Superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente da ANP. É doutor em Engenharia (Universidade de Liverpool) e Mestre em Gerenciamento de Riscos (Universidade de Cranfield).
Tamar Roitman - Engenheira química, mestre em Planejamento Energético, e aluna de doutorado em Bioenergia. Atualmente, é Gerente Executiva da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás).
Weber Amaral - Empreendedor, professor da ESALQ - USP. Está envolvido com o desenvolvimento de negócios e projetos que suportem soluções baseadas na natureza, conciliando inovação em diversas cadeias de valor. E com ênfase em indicadores ESGs, geração de créditos de carbono e outros ativos e serviços, tais como conservação da biodiversidade, água.
Viviana Coelho - Gerente executiva da área de clima na Petrobras, conselheira de administração da Transpetro e membro do Comitê Executivo da Oil and Gas Climate Initiative. É Engenheira química (UFPR) e bióloga (PUC-PR). Mestre em tecnologia ambiental pelo Imperial College, em Londres.
Saiba mais sobre a Captura e Armazenamento de Carbono
O Brasil tem potencial para capturar e armazenar carbono, principalmente pela disponibilidade de reservatórios geológicos adequados, sua capacidade de produção de biocombustíveis e indústria emissora, mas essa solução ainda está em estágio inicial, e demanda produção de informações e legislação sobre o tema. Daí a importância da ampliação do debate sobre essa questão.
Sobre o processo de CCS
CCS (Captura de Sequestro de Carbono) é um processo composto por múltiplas tecnologias que visam armazenar grandes quantidades de CO2 de forma permanente no subsolo, impedindo sua liberação para a atmosfera. Esse processo pode ser dividido em três fases principais: captura, transporte e armazenamento.
Captura
O processo se inicia com a separação e captura do CO2 de misturas gasosas, principalmente de fontes industriais altamente emissoras, plantas de geração de energia elétrica ou de produção de biocombustíveis. Os processos que realizam a captura do CO2 podem ser classificados em três grupos, de acordo com a forma e a etapa em que ocorre a captura: pós-combustão, pré-combustão e oxi-combustão. Para processos em que há queima de combustível fóssil, como nas usinas termelétricas, por exemplo, utiliza-se a captura pós-combustão. Já em processos relacionados à bioenergia, é promissora a captura pela pré-combustão, como a gaseificação.
Transporte
Uma vez que este CO2 é separado e capturado, ele é comprimido e transportado até o local em que será realizado o armazenamento. As opções de transporte também variam. Pode ser realizado por meio de gasodutos (de forma semelhante aos gasodutos de gás natural), navios ou caminhões-tanque. A escolha da melhor forma de transportar depende da distância entre o local de captura e o local de armazenamento, e da disponibilidade de modais de transporte. O Brasil, por exemplo, ainda não tem infraestrutura de dutos de CO2.
Armazenamento
Quando o CO2 capturado e comprimido chegar até o local de armazenamento, ele será injetado no subsolo, geralmente em profundidades de um quilômetro ou mais, para ser armazenado em formações rochosas – como reservatórios de petróleo e gás depletados (ou seja, aqueles reservatórios que já foram explorados), camadas profundas de carvão ou aquíferos salinos profundos. A seleção dos locais de armazenamento depende de uma avaliação geológica cuidadosa para identificar os locais que reúnem todas as condições técnicas para um armazenamento seguro.
Sobre a CCS Brasil
A CCB Brasil é uma associação que promove a cooperação entre academia, governo, financiadores, indústria e sociedade para o desenvolvimento das atividades de Captura e Armazenamento de Carbono no Brasil para fortalecer as estratégias de desenvolvimento sustentável por meio da mobilização e integração de agentes, recursos e conhecimento.
Serviço:
O 1º Congresso Brasileiro de CCS: Desafios e Oportunidades de Desenvolvimento será no dia 20 de setembro de 2022, em formato on-line. Saiba mais no site: congressobrasileiro.ccsbr.com.br