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Voluntários levam aulas de inglês para crianças quilombolas de Oriximiná

A proposta é preparar este público para iniciar o ensino fundamental Il familiarizado com a língua estrangeira

Falar um novo idioma deixou de ser apenas um diferencial no currículo das pessoas. O pré-requisito tem sido constantemente cobrado em processos seletivos, passando a ser um item básico na contratação de profissionais, especialmente dos que querem atuar em grandes corporações. De acordo com a última pesquisa do British Council e do Instituto de Pesquisa Data Popular, de 2021, apenas 5% da população do país fala a língua, sendo 1% fluente. E quanto mais cedo se tem o contato com o idioma, mais rápido é possível chegar à fluência.

Pensando neste cenário e na forma de levar o aprendizado do inglês para crianças da região do oeste do Pará, o grupo de voluntariado da Mineração Rio do Norte (MRN) iniciou o projeto piloto “Semeando o Saber” na comunidade quilombola Boa Vista, localizada no município de Oriximiná. A ideia é familiarizar as crianças no idioma inglês, inserindo a língua na rotina de estudos. A ação conta com um time de 19 voluntários, entre professores e auxiliares, e contemplará cerca de 100 alunos, entre 05 e 11 anos, divididos em oito turmas com aulas em sábados intercalados, na escola da comunidade.

Nesse primeiro semestre, os alunos estão aprendendo as letras do alfabeto e aumentando o vocabulário por meio de aulas lúdicas e dinâmicas, com muita brincadeira. Eles também recebem material escolar e alimentação. “Verdadeiramente acredito no poder da educação para as mudanças queremos e precisamos na nossa sociedade. Não tenho dúvidas que ter o conhecimento da língua inglesa pode impactar de forma significativa a vida dessas crianças, explica a voluntária Jaiane Queiroz, que atua como analista de Comunicação na MRN.

Entre os materiais escolares, estão lápis de cor, canetas, cadernos, colas, e massinhas para trabalhar de forma interativa com as crianças, explorando os sentidos do corpo humano e a sua imaginação a partir de estímulos à criatividade. “Em todas as aulas, os professores trabalharão com as quatro habilidades de comunicação em inglês: escuta, fala, leitura e escrita, com um plano de ensino voltado ao enriquecimento do vocabulário e com um rodízio de professores e auxiliares. Acreditamos que essa abordagem diversificada é muito positiva para que os alunos tenham contato com diferentes pronúncias e didáticas”, acrescenta a voluntária.

“Estou feliz porque a gente aprende e pode levar isso para nossa vida”, disse Jenifer Michele, de 11 anos, que vive na vila Patauá, da comunidade Boa Vista. “Gostei do primeiro dia, foi bom para aprender algumas palavras junto com meus amigos. Quando eu for para outra escola, vou aprender tudo e estar preparado”, acrescentou Ruan Patrick Santos, de 09 anos. “Eu posso aprender a falar inglês e ensinar a minha avó. Também posso usar a língua quando eu viajar por aí”, comemora Stephane dos Santos, de 11 anos.

A empolgação nas palavras dos alunos, junto aos seus sorrisos nos rostos, foi compartilhada entre uma aula e outra com os voluntários, colegas de turma e professores. Para Joene Sena, coordenadora na Escola Municipal da Comunidade Boa Vista, a ação é uma oportunidade muito importante na preparação dos alunos às séries seguintes. “É muito relevante para nós que eles tenham esse contato com a língua inglesa. Apenas a partir do 6º ano, eles começam a estudar o idioma, quando saem das comunidades e vão para a escola da vila de Porto Trombetas. Então, para eles, é tudo muito novo. Portanto, chegar na série seguinte sem ter o básico, pode dificultar o aprendizado. Estamos com as melhores expectativas em relação aos resultados do projeto”, acrescenta.

Sentimento também relatado por Antônio Ribeiro, 26 anos, morador de Porto Trombetas e voluntário. “Tenho uma grande expectativa com o projeto e quero devolver tudo que recebi da MRN. Fui criado aqui e me sinto privilegiado por todos os estímulos que recebi da empresa, que impactaram de forma positiva a minha vida. Eu sou voluntário e, há mais de seis anos, atuo em outras ações. Para mim, isso é a continuidade do que eu adoro fazer, que é ter contato com as lideranças, crianças e jovens das comunidades, propagando à educação”, destaca.


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