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Uma doença muitas vezes silenciosa, mas que pode dar sinais importantes para o diagnóstico precoce, tratamento e cura. O câncer de cólon acomete o intestino grosso até o reto, e já é o quarto tipo de câncer mais incidente no Brasil, com 6,5% dos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) – fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma (31,3% do total de casos), de mama feminina (10,5%) e próstata (10,2%).
O cirurgião-geral e oncológico do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no Oeste do Pará, Heber Lessa, alerta para os sintomas da doença, que ganhou maior repercussão após a morte de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, por complicações decorrentes do câncer colorretal, como também é definida a doença. Pelé estava em tratamento desde setembro de 2021.
Segundo o especialista, apesar de a doença apresentar outros sinais, como sangue nas fezes, dor abdominal, fraqueza ou anemia, o principal sintoma inicial é a mudança no funcionamento do intestino.
“Cada pessoa tem o hábito de ir ao banheiro, seja uma vez ao dia, duas, três. Tem gente que só vai uma vez a cada dois dias. Quando isso muda, é um sinal de alerta. Você ia uma vez e passa a ir três, quatro vezes ao dia, e isso não passa. Não é como se tivesse comido algo que fez mal e depois cessou. Aí é hora de procurar um médico”, informa Heber Lessa.
O médico ressalta que a idade é um fator que precisa ser levado em conta. Geralmente, a doença atinge pessoas a partir dos 40 anos. Em caso de histórico de câncer familiar é preciso redobrar a atenção. “O câncer no intestino é costumeiramente uma doença de idosos, mas quando acomete pacientes mais jovens, é mais agressivo. Não custa nada procurar atendimento para ver se está tudo bem. Pode ser que haja uma alteração pequena ou mesmo que não tenha nada, mas é importante saber”, reforça o especialista.
Exame e tratamento - Para identificar um tumor colorretal é necessário fazer colonoscopia, exame disponível no Hospital Regional do Baixo Amazonas, unidade pertencente ao Governo do Pará e administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, que é referência em média e alta complexidade para 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios do oeste do Estado.
“A colonoscopia é um exame que nos permite ver o intestino de forma completa, para atestar se há algo errado ou não. Em casos em que conseguimos fazer o diagnóstico precoce, ele tem cura, através de cirurgia denominada colectomia, que também realizamos aqui no HRBA”, explica Heber Lessa.
A unidade, referência em Oncologia, realizou em 2022, até o mês de novembro, 34 mil atendimentos a pacientes oncológicos, entre consultas, cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia. O Hospital também oferta outros exames, como mamografia, tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Em 11 meses, o Regional de Santarém identificou 876 novos casos de câncer em pacientes atendidos na unidade e iniciou logo o tratamento, dentro dos princípios de humanização e excelência na assistência.
Hábitos saudáveis - De acordo com o Inca, adotar hábitos saudáveis, como manter o peso adequado, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável, é importante para prevenir câncer de cólon.
O Instituto orienta uma alimentação com alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes. Também é importante evitar o consumo de carnes processadas (como salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame), e limitar o consumo de carne vermelha. Não fumar e não consumir bebidas alcoólicas em excesso também contribuem para a prevenção da doença.
