OPINIÃO

O Bolsonarismo é a versão mais bem-acabada do Neofascismo Brasileiro

O projeto do “Armas acima de tudo. Violência acima de todos” não pode vencer o Estado Democrático de Direito

Nos livros de História que contarão a era do Neofascismo Brasileiro certamente haverá um tópico explicando o dia que o “Bolsonarismo radical” – a ala mais extremista de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro – tentou extirpar o Estado Democrático de Direito no Brasil. Os ataques terroristas deste dia 08 de janeiro, em Brasília, são didáticos para mostrar – para quem ainda tinha dúvida - a dimensão do ódio da extrema-direita fantasiada de verde e amarelo.

Além de envergonhar a memória nacional com a depredação do patrimônio público, essa ação terrorista mostra o paradoxo político do país, dividido entre um governo democraticamente eleito e uma extrema-direita golpista, que não esconde o saudosismo da ditadura militar. Não há como negar os fatos. O ovo da serpente já foi chocado há tempos e o fascismo tupiniquim já atingiu o seu estágio adulto.

Por isso é importante afirmar que não existe diálogo com quem não quer e não faz questão nenhuma de dialogar. O Bolsonarismo radical é a versão mais bem-acabada do Neofascismo Brasileiro. Um movimento que representa com maestria o estereótipo do Brasil Escravocrata que nunca aceitou o abolicionismo. O suprassumo do homem branco-hétero-cristão-armamentista, rico ou classe média que se acha rico e que odeia tudo, absolutamente tudo que é do povo, tudo que é democrático.

Toda essa gente odeia a cultura brasileira, odeia a diversidade, odeia indígena, odeia movimento social, odeia a universidade pública, odeia as religiões de matriz africana, odeia sindicato de trabalhadores, odeia intelectuais, odeia poesia, odeia feministas, odeia pessoas LGBTQIA+ e tem asco a qualquer política pública de inclusão social.

E se não existe diálogo com eles, só nos resta o combate. Nós não vamos sucumbir! Espero que as instituições democráticas brasileiras reajam da forma mais rápida possível a esses ataques. O projeto do “Armas acima de tudo. Violência acima de todos” não pode vencer o Estado Democrático de Direito. Ou destruímos o Neofascismo Brasileiro ou ele nos destruirá. 


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