Moda & Sustentabilidade
O projeto O Pará Virou Moda, criado pelo estilista paraense Tony Palha e pelo produtor cultural Tiago Gomes, volta ao circuito de eventos que destacam o conceito eco fashion de produção. Além de retomar a agenda de desfiles que projetam a moda sustentável dentro e fora do País, o PVM inicia uma nova etapa de atividades que leva oficinas de corte e costura e modelagem a novos espaços da Região Metropolitana de Belém por meio de uma parceria com a Prefeitura de Ananindeua (PMA). O público vai poder conferir alguns detalhes dessa nova etapa do projeto durante o primeiro desfile do ano, que será realizado nesta sexta-feira (19), a partir das 18h, na Casa de Vidro do Armazém do Tempo, no Mangal das Garças.
Nesta segunda edição, o projeto ganhou uma nova e importante parceria: a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho de Ananindeua (SEMCAT). A partir dessa atuação conjunta, as atividades que até então estavam restritas às instalações da Fábrica Esperança, serão levadas ao Espaço Cidadão mantido pela PMA no bairro de Águas Lindas, onde são atendidas mulheres da comunidade e de bairros adjacentes como Aurá, Águas Brancas e Júlia Seffer. Ao final do módulo será organizado um desfile com as peças e acessórios confeccionados pelas alunas, além de uma feira onde elas poderão expor e comercializar o que produziram a partir do que aprenderam. A programação acontecerá no Parque das Águas, que fica em frente ao Espaço Cidadão de Águas Lindas.
A meta é atender em torno de 200 mulheres da periferia de Ananindeua nessa nova etapa. Desde o início do projeto, há dois anos, quase 500 delas - que são o público-alvo da iniciativa - já passaram pelas oficinas do Pará Virou Moda. Em 2022, o projeto capacitou e certificou 160 pessoas atendidas pelo Governo do Pará na Usina da Paz Icuí, onde foram ofertadas oficinas de passarela e postura e de corte e costura. Somente na primeira foram treinadas 110 alunas, algumas das quais selecionadas para desfilar pelo projeto.
Com a implantação do projeto, também foram eliminadas do descarte indevido e inconsciente em torno de 1,2 toneladas de material têxtil dispensado por empresas como a ALC, Dínamo, ORM Cabo, Fábrica Esperança e Equatorial Pará, que passaram a doar os uniformes que não são mais utilizados. O objetivo agora é expandir cada vez mais o alcance da iniciativa, que na terceira etapa deverá chegar também às mulheres da Ilha do Marajó.
Resultados garantem o reconhecimento internacional do projeto
O alcance social do projeto O Pará Virou Moda em tão curto tempo de atividade vem garantindo a ampliação das atividades, a construção de novas parcerias e também a projeção do trabalho para além das fronteiras do Estado. A prova disso está na agenda de desfiles internacionais que ajudam a dar maior visibilidades ao PVM.
No próximo dia 25, o estilista Tony Palha e o produtor cultural Tiago Gomes estarão em Roma (Itália) para o Glamour Roma Capitale, um evento de gala organizado pela ACS Associazione Centro Spettacolo (Arte Cultura e Espetáculo), onde 'O Pará Virou Moda' receberá uma premiação. A indicação feita à ACS teve o apoio fundamental da produtora Léa Ferreira, paraense radicada na Itália que conheceu e se encantou pelo projeto.
A cerimônia, que será realizada no Spazionovecento, da Piazza Guglielmo Marconi, contará com a presença de personalidades de diversos segmentos, artistas e responsáveis por iniciativas pioneiras. Os dois representantes do Pará serão os únicos brasileiros a participarem do evento, levando mais uma vez a moda amazônica pautada em um conceito sustentável e socialmente responsável para o mundo.
Fundada em 1999 e presidida por Gino Foglia, a ACS organiza eventos e cuida da comunicação e produção de programas televisivos e shows que destacam as maiores estrelas da cena italiana, além de eventos sociais que notabilizam iniciativas de expressão nas mais distintas áreas.
O Projeto
O Pará Virou Moda nasceu da proposta de unir moda, sustentabilidade e responsabilidade social. O objetivo do projeto é diminuir o passivo gerado pelo descarte de peças de roupas utilizadas no segmento corporativo, que são utilizadas na produção de novas peças, aliando essa premissa a um viés social, ao promover a geração de renda para mulheres egressas do sistema penal e também em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa nasceu no final de 2019, com o patrocínio da Equatorial Energia e parceria da Fábrica Esperança e Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho de Ananindeua (SEMCAT).