Paragominas, cidade do nordeste do Pará, tem se destacado como um exemplo de resiliência ambiental e eficiência na gestão de suas paisagens. Nos meses de junho e julho de 2023, o município registrou índices de desmatamento extremamente baixos, demonstrando uma recuperação notável após a implementação de medidas inovadoras.

Em 2008, Paragominas estava no topo da lista dos municípios prioritários para ações contra o desmatamento na Amazônia. No entanto, o lançamento do Projeto Município Verde marcou um ponto de virada. O município se tornou o primeiro a sair dessa lista, graças ao comprometimento de todos os setores econômicos e sociais, que assinaram um pacto contra o desmatamento e atividades ilegais que prejudicam o meio ambiente. Esse esforço conjunto resultou em uma nova abordagem na gestão ambiental, servindo de modelo para outras regiões.

Em 2022, Paragominas enfrentou um aumento no desmatamento devido a fatores nacionais, refletidos nos dados do programa PRODES. No entanto, a comunidade local reagiu rapidamente, levando à criação do Projeto Paragoclima. Este novo pacto, assinado com o objetivo de equilibrar o balanço de carbono do município, concentra-se principalmente na luta contra o desmatamento ilegal. O projeto visa lançar um ciclo de desenvolvimento que valorize as vantagens comparativas do município na produção de baixo carbono.

De acordo com o Imazon, que monitora o desmatamento na região através do Sistema SAD, os números para o ano PRODES de 2023 (de agosto de 2022 a julho de 2023) indicam uma área desmatada de aproximadamente 13,95 km². O mesmo sistema revela que, de março a julho, não houve desmatamento superior a 1,5 km².

Por que Paragominas reage tão bem à aplicação dessas medidas? A Secretária Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Amanda Purger, responde: "A gestão precisa se comprometer com o propósito, contando com o apoio de toda a população, mas principalmente do setor do agronegócio". Ela enfatiza que o agronegócio desempenha um papel fundamental na economia local e que a maioria do território do município é composta por fazendas. Portanto, os produtores rurais também são responsáveis por conservar a maior parte das florestas locais, que cobrem 67,53% do município, segundo o Mapbiomas.

O município já demonstrou a capacidade de unir poderes públicos e privados quando o setor produtivo se uniu à Prefeitura Municipal para sair da lista dos municípios prioritários anteriormente. Hoje, esse comprometimento continua a render frutos.