Acidente Vascular Cerebral

29 de outubro: Dia Mundial de Combate ao AVC

Conscientizar a população sobre prevenção e sintomas é fundamental para salvar vidas

Um recente estudo publicado na renomada revista científica Lancet Neurology, em parceria com a World Stroke Organization (WSO), alertou: até 2050, o AVC pode ser a causa de aproximadamente 10 milhões de mortes no mundo. A pesquisadora Sheila Martins, presidente da WSO, afirmou que o número de pessoas vítimas de AVC quase duplicou nos últimos 30 anos, causando a morte ou incapacidade física.

No Brasil,  está nas primeiras colocações do ranking de mortalidade. Nesse contexto, é importante que a população em geral, principalmente as dos países de média e baixa renda (que são os mais afetados pelo mal, segundo o estudo citado acima) tenha consciência sobre prevenção, causas e como identificar um episódio de AVC, medidas fundamentais que podem salvar vidas.

Tipos de AVC

Há dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. Confira como ocorre cada um:

O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

O AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

Fatores de Risco

Entre os principais fatores de risco para a ocorrência de AVC estão: hipertensão; diabetes tipo 2; colesterol alto; sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; sedentarismo; uso de drogas ilícitas e histórico familiar.

Segundo especialistas, é uma doença que atinge mais pessoas do sexo masculino e com idade avançada, a partir dos 60 anos. Porém, casos de AVC em pessoas abaixo de 45 anos vêm aumentando a cada ano. Uma das hipóteses para esse quadro é a mudança do estilo de vida, causada por um cotidiano atribulado, onde prevalece casos de diabetes, obesidade, sedentarismo, estresse, ansiedade etc.

Sinais do AVC

Segundo o neurocirurgião Thiago Dantas, especialista no tratamento das doenças vasculares do sistema nervoso central, na neurologia há a sigla SAMU, que representa a união de sinais sugestivos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Ele explica que, em caso de suspeita, o acompanhante deve pedir ao paciente para sorrir - o "S". Se ele apresentar um sorriso com deformidade da rima labial, pode ser um desvio causado pelo AVC. 

O "A" é de abraço. Quando o paciente não consegue abraçar, mostra que ele está sem forças para levantar os braços. 
O "M" é de música. Se o paciente não consegue cantar ou assobiar é sinal de alerta. 

Já o "U" representa urgência. É quando devemos acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou levar a pessoa imediatamente para o hospital.

Tratamentos

O neurocirurgião ressalta que é fundamental que o tratamento inicie o mais rápido possível. "Quando mais cedo as medidas forem instituídas, maiores são as chances de recuperação e menores os riscos de complicações.", destaca.

Thiago Dantas, especialista no tratamento das doenças vasculares do sistema nervoso central.

Dependendo do tipo de AVC, o tratamento pode ser realizado por diferentes métodos. Um deles é a trombólise, que injeta o medicamento na veia para dissolver o coágulo que obstrui o vaso do cérebro.

Também há o cateterismo cerebral,  indicado para certos casos de AVC isquêmico, com oclusão de vasos maiores, onde é inserido um tubo flexível através de uma artéria na virilha para chegar até o vaso obstruído do cérebro e remover o coágulo.

Em casos mais graves de AVC hemorrágico, a cirurgia cerebral é o procedimento indicado para remover o hematoma formado pelo sangramento volumoso, resultando no tratamento da hipertensão intracraniana.

Prevenção

O AVC pode ser prevenido tomando uma série de medidas que evitam os principais riscos, como as seguintes:

- Não fumar; não consumir álcool em excesso; não fazer uso de drogas ilícitas; manter alimentação saudável; manter o peso ideal; beber bastante água; praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.


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Saúde