AUTOEXAME
O câncer bucal está entre as neoplasias mais comuns entre os brasileiros. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, no ano passado, mais de 15 mil novos casos da doença foram registrados no Brasil. Os indicadores apontam, ainda, que cerca de seis mil pessoas morrem anualmente, em decorrência da patologia.
A condição afeta os lábios e o interior da cavidade oral. Dentre os principais sintomas, estão alterações na gengiva, nas bochechas, no céu da boca, na língua e na região sublingual.
"Os sintomas se manifestam de várias formas, a exemplo de lesões sem cicatrização por mais de 15 dias, podendo apresentar agravamento e sangramento, manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, no céu da boca ou nas bochechas, além de nódulos na região opescoço e rouquidão persistente”, explica Ana Luísa Nolasco, cirurgiã-dentista da Hapvida Interodonto.
Segundo a profissional, em casos mais avançados, o paciente pode apresentar dificuldade na mastigação, na deglutição e na fala; além de relatar sensação de algo preso na garganta e dificuldade na movimentação da língua. Uma vez confirmada a doença, exames complementares são realizados para definir a extensão (estágio) e o melhor tratamento.
Dentre os fatores de risco, estão exposição inadequada ao sol, álcool, fumo, higiene bucal insuficiente, dentre outros. "A prevenção deve ser feita no autoexame para detectar possíveis alterações para que se tenha um diagnóstico inicial e o tratamento ideal. Realize o autoexame na frente do espelho para visualizar melhor e observar o palato, a língua, a gengiva, os lábios e o assoalho bucal, além da área do pescoço, podendo perceber diferenças na coloração, manchas, feridas e nódulos”, ressalta.
Vale lembrar que o autoexame não substitui o exame clínico com o profissional especializado. “Se diagnosticados no início e tratados da maneira adequada, a maioria dos casos desse tipo de câncer (80% deles) tem cura. Geralmente, o tratamento envolve cirurgia oncológica e/ou radioterapia. A avaliação profissional, conforme cada caso, vai decidir qual melhor forma de tratamento”, e acrescenta: “O diagnóstico precoce é importante para que se tenha uma maior chance de cura e aumento de qualidade de vida e de sobrevida dos pacientes”, lembra.