CONTRIBUIÇÃO POPULAR
Foto: Amarilis Marisa/ Agência Belém
A prefeitura de Belém e parceiros fazem um balanço das oficinas de mapeamento participativo com membros do Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas. As atividades foram divididas em duas etapas. Na primeira etapa, os grupos de trabalho realizaram tarefas de mapeamento nos territórios sobre modos de intervenções nos ecossistemas, áreas de riscos e ameaças climáticas em Belém, visando apontar aspectos de regulação, provisão e ações culturais na cidade que demandem políticas públicas para uma perspectiva sustentável de gestão urbana. Na segunda etapa, os grupos de trabalho realizaram interações, trocas de experiências sobre soluções na perspectiva de construção de um plano municipal sobre mudanças climáticas de uma cidade resiliente, ou seja, que aponte soluções práticas para enfrentar riscos e efeitos apontados da crise climática sobre o meio ambiente e a vida das populações em Belém.
Ao final dos trabalhos - que reuniu técnicos da Prefeitura, representantes de vários setores da sociedade civil, as organizações parceiras do ICLEI nesse projeto - foi apresentado um mapa que expressa a diversidade desses esforços coletivos para construir uma metodologia de mapeamento dos desafios, ameaças e soluções para os problemas decorrentes da crise climática na cidade com amplo engajamento social. É o que destaca Isadora Buchala, do ICLEI Brasil, instituição parceira da Prefeitura, que desenvolve a metodologia: “Essa etapa de construção coletiva de um diagnóstico é importante, porque trabalha com conhecimentos diferentes sobre vários territórios da cidade e ajuda o ICLEI a alinhar alguns indicadores, a partir de uma consulta popular. Na verdade, consideramos que estudo algum sem participação popular vai pra frente. Essas oficinas são fundamentais para uma etapa de validação de informações sobre aspectos específicos dos efeitos mudanças do clima em Belém, como inundações. Nós compartilhamos tanto os saberes referenciados tecnicamente como os saberes de grupos da população, para validar todos esses processos”, disse Isadora.
Perspectivas
A partir das oficinas, a Prefeitura deve aguardar os resultados apresentados pelo ICLEI sobre riscos e vulnerabilidades, considerando que os dados atualizados vão indicar territórios da cidade, onde os desafios para mitigar e ao mesmo tempo adaptar políticas públicas sejam parte dessa perspectiva de resiliência urbana, como afirmou o coordenador do fórum municipal sobre mudanças climáticas, Sérgio Brazão: “Demos um passo importante ao realizarmos um exercício para identificar ameaças, territórios afetados e, principalmente, pessoas afetadas por mudanças climáticas na cidade. E a sistematização desses exercícios e dos estudos técnicos do ICLEI e de outros parceiros, como universidades e coletivos da sociedade civil vão permitir à Prefeitura confirmar ações de cidade resiliente com capacidade de oferecer soluções à população para enfrentar os problemas sociais e estruturais gerados nesse ambiente de crescentes mudanças climáticas”.
Além de membros do Fórum de Mudanças Climáticas, alguns colaboradores participaram das atividades e reconheceram que essa metodologia de mapeamento participativo tem resultados positivos para motivar o engajamento social em preparação para a COP-30, como disse Wallace Pantoja, professor do Instituto Federal do Pará (IFPA): “Essa metodologia desenvolvida de agregar as experiências locais como fatores para as análises técnicas faz toda a diferença, pois reconhece nesses saberes locais os entendimentos sobre riscos e mudanças climáticas, o tema que pode engajar ainda mais as pessoas para participar de grupos em preparação para a COP-30”.
A finalidade dessa etapa do trabalho é para que a gestão e organizações sociais da cidade possam se apropriar de um diagnóstico de serviços ecossistêmicos e análises de risco e vulnerabilidades climáticas, desenvolvido pelo Projeto Nature-Based Cities do ICLEI, financiado pelo Gobal Eba Fund (ARVC), que trabalha a temática de biodiversidade e resiliência climática para o desenvolvimento urbano de Belém. O projeto ainda tem apoio do Ministério Federal de Meio Ambiente, Proteção da Natureza e segurança Nuclear e Internacional Climate Initiative.