Com o enredo “Saravá Umbanda, Um Mundo Cheio de Luz”, a Associação Carnavalesca Império Jurunense contou a história da umbanda, religião essencialmente brasileira, que sintetiza elementos de religiões africanas e cristãs. A escola foi a sétima a desfilar, já na madrugada deste domingo, durante a noite de apresentações do segundo grupo do carnaval de Belém, na Aldeia Cabana, no bairro da Pedreira. O Carnaval Belém de Todas as Cores é organizado pela Prefeitura.

O carnavalesco Marcílio Diamante é quem assina o enredo da Império Jurunense, que este ano trouxe para a avenida mais de 800 brincantes divididos em 12 alas. O casal de afrorreligiosos Zafira Albuquerque e Humberto do Vale era só alegria. “É inexplicável poder mostrar a nossa cultura e a religião afro. Mostrar que nossa religião é de paz”, explicou Zafira sobre o sentimento de desfilar pela Império Jurunense. 

Além do estigma

“Esse ano, a gente fala sobre a umbanda como ela é, por fora de todo o estigma que infelizmente ainda existe na sociedade por conta do preconceito. A umbanda é uma religião de paz, amor e caridade”, detalhou o presidente da escola de samba, Alex Lobato.

Há 18 anos desfilando na Império Jurunense, Júnior Melo é o segundo porta-estandarte da escola. Representando o povo cigano neste carnaval, Júnior em 2024 se despede do posto e descreve sua história na escola: “Foi uma relação de muito amor e que vai permanecer. Que a Império seja campeã este ano”, deseja o porta-estandarte.

“Esse enredo é lindo. Trazendo toda a religião afrobrasileira que é da paz. Estou muito feliz”, disse o professor e afrorreligioso Paulo Costa, morador do bairro da Pedreira, e que pela primeira vez sai como brincante na Império Jurunense. 

Fundada em 1986, a Império recebeu o status de “escola de samba” em 2018. Antes disso, era apenas um bloco de rua. No mesmo ano, a agremiação estreou na Aldeia Cabana já vencendo o grupo 3 do Carnaval de Belém e avançando para o grupo 2.