CARNAVAL DE TODAS AS CORES
Foto: Amarilis Marisa/ Agência Belém
O Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco Deixa Falar foi a terceira escola do Grupo Especial a entrar na avenida na noite desta sexta-feira, 1°. Criada em 1992, na Cidade Velha, a escola contou a história da chegada dos búfalos na Ilha do Marajó.
Com o enredo “Carabao segredo da multiplicação, o Búfalo que Vale Ouro, o desfile mostrou símbolos, personagens, cores e sabores que remetem à Ilha do Marajó, em uma reedição do enredo que a escola levou para a avenida em 2008.
A Escola de Samba Deixa Falar levou para a avenida 1.200 brincantes, que compuseram as alas dos queijeiros, vaqueiros e mata.
Reencontro emocionado
Puxando o samba enredo da escola estava Fábio Moreno, 41 anos. Com 24 anos de carreira, ele volta a defender as cores da Deixa Falar depois de 16 anos. “Na primeira vez, em 2008, eu ainda era um menino. Estava em meu segundo ano como puxador. Hoje, me sinto mais maduro e preparado. Sinto também a escola mais preparada, com várias cabeças pensantes e mais planejamento”, disse o puxador.
Emoção também não faltou durante o desfile da ala das baianas. Entre elas, estava a cuidadora Elinea Dias, 61 anos. Há cinco anos ela sai como baiana da Deixa Falar, mas este é o primeiro Carnaval em que ela desfila sem a mãe, Maria de Nazaré, falecida no ano passado. “Não estou conseguindo conter as lágrimas, é como se minha mãe estivesse aqui, ao meu lado. Foi ela quem me ensinou a amar esta escola”, revelou a foliã.
A comissão de frente da Deixa Falar mostrou como foi a chegada dos búfalos. Em seguida, desfilaram as mães d’águas e as sereias.
História
A Deixa Falar foi fundada por um grupo de amigos no dia 23 de abril de 1992. Há mais de 15 anos no grupo especial, a escola já foi campeã três vezes no grupo de acesso e vice-campeã no grupo especial em 2019.
A apoteose ficou reservada a dois ícones da cultura marajoara: mestre Damasceno e a aparelhagem do Carabao Furioso do Marajó. Eles encerraram o desfile da Deixa Falar, empolgando o público durante o desfile na Aldeia Cabana de Cultura Amazônica Davi Miguel.