“É um evento cultural importante para nós que trabalhamos nesta obra. Eu me sinto realizado em ter deixado, em todas as paredes deste prédio tão bonito, as minhas digitais”. A declaração emocionada é de Marcondes Tavares Vieira, pintor que integrou a equipe de operários que trabalhou nas obras de reforma e de restauro do Palacete Pinho, ao participar do Cine Sal – Sessões Audiovisuais Livres – promovido pela Escola Municipal de Artes de Belém (Emab), nesta sexta-feira, 5, do cinema “Dira Paes”, que fica na sede da instituição.

Na telona do cinema “A vida secreta de Walter Mitty”, trama que conta as aventuras de Mitty, de encarregado do setor de negativos da revista “Life”, homem que se vê forçado a deixar sua vida de fantasias para buscar uma fotografia perdida para a última edição impressa da revista.

“Em resumo, o filme destaca que todos nós somos importantes em nosso ofício e contribuímos para transformar sonhos em realidade”, explica Vinícius Luhi, que coordena as atividades audiovisuais da Escola de Artes, particularmente da agenda do cinema. “O objetivo desta iniciativa é reunir os operários e operárias que ajudaram a reabrir as portas do Palacete, com seu trabalho dedicado ao longo de quase um ano de reforma do prédio”, completa Luhi

Experiência mágica

Para o carpinteiro Cláudio Henrique dos Santos, estar no cinema é uma experiência mágica. “É gratificante a gente desfrutar de um espaço que nós ajudamos a reerguer”, pontua o jovem de 30 anos, com experiência de quem conhece cada canto de um exuberante Palacete, que ele contribuiu para restaurar.

A coordenadora da Emab, Marta Ferreira, adianta que a equipe está finalizando a agenda de visitação ao prédio histórico. “As segundas, terças e quintas do mês de maio, já vamos receber os estudantes de escola de tempo integral para a realização de atividades artísticas”, relata. A professora destaca também que o espaço será abeto à comunidade do bairro da Cidade Velha, onde fica o Palacete Pinho.

Patrimônio - O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mantém as características arquitetônicas do período denominado Belle Èpoque, auge do Ciclo da Borracha. Ele possui três andares e foi ocupado pela família do comendador Antônio José de Pinho, responsável por sua construção no ano de 1897.

Em fevereiro deste ano, o prefeito Edmilson Rodrigues reinaugurou o prédio histórico restaurado, um investimento superior a R$ 6 milhões para preservar mais um espaço cultural para a população de Belém e a revitalização do centro histórico da cidade.

Arte, Cultura e Educação – O Palácio das Artes, como é chamado, é vinculado à Secretaria Municipal de Educação (Semec) será mais um espaço de arte, cultura e educação destinados aos estudantes da rede municipal de ensino de Belém e à comunidade. Um espaço de música, teatro, dança, cinema e as mais diversas e plurais manifestações artísticas.