NA UFPA




Foto: Divulgação
O Jogo da Trilha atraiu muitas crianças ao estande da Secretaria Municipal de Educação (Semec) onde se discute de forma lúdica o racismo, na 76ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que se realiza no campus da Universidade Federal do Pará, em Belém. Sob a coordenação da Coderer (Coordenadoria de Educação para as Relações Étnico-raciais) foram exibidos também outros jogos extraídos da Cartilha da Marielli, como o Jogo da Memória, Quebra-Cabeça e Jogo dos Sete Erros.
Foi a forma utilizada para que as crianças possam interagir com um tema que está presente na sociedade brasileira e que representa um desafio pedagógico e visa fortalecer as práticas comprometidas com o enfrentamento do racismo, da discriminação e do preconceito nas escolas municipais.
A professora Sinara Dias, coordenadora da Coderer, explica que estão disponíveis, no estande da Semec, cartilhas para leitura e vídeos sobre as aventuras da Turma da Marielli. “Todo esse material discute o racismo nas diversas formas de manifestações. Tem material para gente discutir o racismo recreativo, o racismo religioso, o racismo de várias formas. Então as crianças têm oportunidade, por meio da brincadeira, de ter contato com essa temática.”
Cartilha da Marielle
A Semec já produziu duas cartilhas da Turma da Marielli. A primeira já está disponível em PDF para qualquer pessoa e a as escolas também têm seus exemplares físicos, como acervo de biblioteca. Nas escolas que não têm biblioteca, o material está sob a coordenação da equipe pedagógica da unidade.
A segunda cartilha está disponível apenas no PDF para qualquer escola da rede e para qualquer pessoa que quiser ler. Existem também vídeos com episódios da Cartilha da Marielli disponíveis no YouTube.
Sinara Dias explica que a Coderer já está trabalhando o processo de amadurecimento da terceira cartilha, que vai discutir o racismo religioso. “A nossa primeira cartilha trata de direitos humanos, o antirracismo na primeira infância e os tipos de racismo que existem”.
Já a segunda cartilha da “Turma da Marielle” se concentra no racismo recreativo, que se apresenta “disfarçado de piada, com brincadeiras que não são brincadeiras e que na verdade servem para menosprezar e diminuir as características das pessoas negras, a cultura africana e afrobrasileira”, pontua Sinara.
A terceira cartilha vai discutir o racismo religioso. “É um tipo de racismo presente no cotidiano da escola. “E os professores e educadores, muitas vezes, reclamam da falta de material específico para discutir essa temática”, esclarece a coordenadora.
O material produzido na Coderer tem como principal objetivo potencializar o trabalho que os educadores já fazem na escola. “A gente entende que todos aqueles que estão na escola são educadores”. Por isso mesmo, não é por acaso que, na segunda cartilha, a personagem que media o processo de discussão sobre o racismo recreativo é a merendeira da escola.
O espaço da Coderer também recebeu nesta quarta-feira, 10, a visita do prefeito Edmilson Rodrigues, acompanhado da titular da Semec, professora Araceli Lemos.