Cênica
Nesta semana, a Mostra Grotesca Gruta promove três oficinas e um bate papo no espaço Casa SESC, localizado na Boulevard Castilhos França, em Belém. São três oficinas de teatro ministradas por artistas pesquisadoras das artes cênicas. São mulheres que trabalham com comicidade em uma perspectiva contemporânea e decolonial.
Oficina “Corpo-mandinga”, com Antônia Vilarinho
O corpo-mandinga são “pretagogias” para processos criativos para cena que proporciona o aquecimento interno e possibilita “corpo presente”, as relações entre a dança os jogos da palhaçaria, a ginga da capoeira angola e a conexão entre mandinga, o visível o invisível o corpo e a energia a criação e materialização o imaginário os improvisos e a criatividade. A oficina tem por objetivos estimular reflexões e subjetividades através des corporeidades afro centradas, relacionar pedagogias da palhaçaria e culturas pretas com a proposta decolonial-antirracista, conhecer alternativas metodológicas teatrais, palhaçaria e capoeira e macumbarias do riso, propor através das práticas pedagógicas da palhaçaria de terreiro e corpo mandinga nas bases decoloniais-antirracista na educação e direitos humanos na diversidade.
Antônia é mulher preta, doutora e mestra pela Universidade Estadual de Santa CatarinaUDESC, com a pesquisa Palhaçaria de Terreiro - Um Caminho de Corporeidades Afro centradas para Processos Criativos des Palhaces. Mãe atípica e neuro adversa, palhaça, capoeirista e artista-pesquisadora, Diretora residente no Centro Coreográfico do Estado do Rio de Janeiro, orientando a pesquisa cruzando com a dança a Palhaçaria de Terreiro e Corpo Mandinga com direção de espetáculo. É artista há mais de trinta anos, iniciando em Brasília-DF. Atualmente, reside em São Paulo. É Mestra em Teatro, com a pesquisa Palhaçaria Essencial – O Caminho da Palhaça Fronha na Capoeiragem. Iniciou na palhaçaria em 1999, durante o VIII – Retiro O Clown e o Sentido Cômico do Corpo, no Grupo Lume/UNICAMP/SP, com Ricardo Puccetti e Carlos Simioni. Tem formação em Palhaçaria para hospitais no Institut Le Rire Médecin, Paris/França. Estudou na Escola de Circo Picolino, em Salvador. Faz curadoria para festivais de palhaçaria, além de já ter atuado como assessora na área de circo da Fundação Nacional de Artes – Funarte, em Brasília. Durante mais de cinco anos atuou, coordenou, dirigiu e produziu o grupo Doutoras Música e Riso, em Brasília/DF, com patrocínio da Petrobras, Embaixada da França e Secretaria de Cultura do DF. Desde 2001, ministra oficinas de Iniciação em Palhaçaria, formação para o contexto hospitalar, treinamento técnico para atores, palhaces e direção de números, espetáculos, entre outros, dialogando com a Capoeira Angola, os saberes ancestrais e a Cultura Popular e os festejos tradicionais brasileiros para os estudos de palhaçaria. Atualmente, em montagem e processo criativo do seu novo espetáculo A Mulher Festa.
Oficina “Tá rindo de quê? Dramaturgias decoloniais do corpo cômico”, com Andrea Flores
Nesta oficina, a dramaturgia do corpo cômico consiste no arcabouço de materiais que os atuantes dispõem e organizam no próprio corpo, para a composição de estratégias de atuação. Serão experimentadas diferentes estratégias para a construção e composição de corpos cômicos, palhaços ou não, bem como seus modos de organização cênica, na contramão dos regimes de colonialidade. Tais estratégias têm em comum a busca por estados diversos e singulares, que revelam tessituras culturais na invenção do cômico, tensionando, em cena, hierarquias epistêmicas, espirituais, raciais/étnicas e de gênero/sexualidade. A oficina busca instrumentalizar atuantes com ou sem experiência em comicidade na invenção de um repertório dramatúrgico de atuação, que tem por princípio o respeito e a potencialização da diversidade e das insurgências políticas e culturais envolta na produção do riso.
Andrea Flores é diretora, atriz, palhaça, dramaturga, professora e pesquisadora de Teatro. Membra fundadora do Coletivas Xoxós, grupalidade teatral da cidade de Belém-PA, atuante a dez anos na cidade. Membra do coletivo afro-artivista Filhos de Iracema, formado por artistas de terreiro. Performer solista em quatro espetáculos teatrais, que seguem em temporadas periódicas: Rala, Palhaço! (2015), Curupirá (2018), mEU pOEMA iMUNDO (2020) e Divinas Cabeças (2021). Coordenadora do Laboratório Criaturas, projeto voltado à pesquisa artística de comicidades e decolonialidades na Amazônia. Doutora em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora efetiva da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA)
Oficina “Isso não é um bufão”, com Ana Marceliano
Diferente de outras modalidades de cômicos, o bufão se distingue pela agressividade e pelo caráter grotesco de sua figura. Todo o tipo de deformidade é matéria do riso para a bufonaria, entendendo aqui deformidade como aquilo que deforma o sistema, foge aos padrões, está à margem, fere a ordem e os bons costumes. A oficina convida os participantes a encontrar seu corpo cômico a partir de um mergulho em suas memórias e em conteúdos pessoais indesejados ou pouco conscientes. Com jogos improvisacionais e exercícios práticos de cena os participantes serão introduzidos a linguagem da bufonaria e instigados a despertar seu corpo cômico, crítico e desobediente. A oficina é fruto da pesquisa em bufonaria matuta, desenvolvida pela artista há quase uma década, praticando a linguagem em experimentação com a rua. Na oficina estão sistematizadas as práticas improvisacionais de criação desta máscara-corpo, tema da dissertação de mestrado da artista Ana Marceliano.
Ana é artista, pesquisadora, professora de teatro, arteterapeuta, produtora cultural, desenvolve de forma permanente projetos culturais, espetáculos, shows e formações artísticas, como atriz, palhaça, bufa, performer, cantora, compositora, pesquisadora, professora, produtora, dramaturga e diretora. Ao longo de 25 anos de trajetória artística ministrou mais de 40 cursos/oficinas e produziu mais de 90 trabalhos artísticos entre o teatro, a música, a performance e o audiovisual. Como artista pesquisadora atua em projetos transdisciplinares envolvendo principalmente os campos da saúde, educação e artes (teatro, música, artes visuais, performance, audiovisual).
Serviço:
Oficina "Corpo Mandinga" com Antônia Vilarinho
Data: 2 a 6 de setembro de 2024 Horário: 8h às 12h Valor: Público em Geral: R$35 / Empresário/Convênio R$ 30 / Trabalhador do Comercio / Dependentes: R$ 21 Inscrição on-line pelo site do Sesc ou presencial no Sesc Ver-O-Peso
Oficina “Tá rindo de quê? Dramaturgias decoloniais do corpo cômico” com Andrea Flores
Data: 2 e 3 de setembro de 2024 Horário: 14h às 19h Valor: Público em Geral: R$23 / Empresário/Convênio: R$ 15 / Trabalhador do Comércio / Dependentes: gratuito Inscrição on-line pelo site do Sesc ou presencial no Sesc Ver-O-Peso
Oficina "Isso não é um Bufão" com Ana Marceliano
Data: 4 e 5 de setembro de 2024 Horário: 14h às 19h Valor: Público em Geral: R$23 / Empresário/Convênio: R$ 15 / Trabalhador do Comércio / Dependentes: gratuito
Inscrição on-line pelo site do Sesc ou presencial no Sesc Ver-O-Peso