SAÚDE
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, há 17,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e, dentro desse total, 10,5 milhões são mulheres. Em relação a mulheres com deficiência física, a gravidez não é um obstáculo, porém ainda existem mitos, preconceitos e dúvidas em torno do assunto. Diante disso, a campanha do Setembro Verde surge com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da promoção da saúde, do bem-estar e da inclusão de pessoas com deficiência.
Para combater esses mitos, a ginecologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Nayara Jangelme, explica que os cuidados básicos para uma gravidez saudável são semelhantes para todas as mulheres, inclusive para as portadoras de deficiência física. “Temos que considerar as necessidades específicas de cada deficiência. Os desafios e riscos que qualquer mulher experimenta são os mesmos, porém acrescidos das especificidades que sua condição impõe”.
Segundo Nayara, é necessário se atentar quanto às particularidades e riscos de cada gestante. “No caso de mulheres portadoras de deficiência física, existe um maior risco de depressão, diabetes gestacional, infecções urinárias e parto prematuro. Por isso, a importância de manter a mobilidade para prevenir complicações por meio de fisioterapia e hidroterapia, por exemplo. Ter uma rede de apoio também é essencial, seja com os familiares ou por meio de psicoterapia, assim como garantir que os locais de atendimento sejam acessíveis, com as adaptações necessárias”, orienta a especialista.
De acordo com a ginecologista, o parto normal para mulheres com deficiência é o mais indicado, assim como para qualquer mulher, a não ser que a cesariana seja recomendada pelo médico para proteger a saúde da mãe e do bebê. “Isso é relativo de caso para caso e a decisão deve ser tomada em conjunto, sempre considerando a saúde da mãe e do bebê e as particularidades da deficiência”, finaliza.