CLIMA
No Pará, 37 municípios estão com mais de 100 focos de incêndio. A cidade de São Félix do Xingu, no sul do Pará, registrou 1.443 focos. Em Altamira, na Transamazônica, foram identificados 1.102 focos. As cidades lideram os focos de incêndio ativos no país. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Dada a gravidade da situação, no final de agosto, o Governo do Pará decretou estado de emergência na região e proibiu o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas em todo o território estadual.
Essa vedação não será aplicada nos casos envolvendo agricultura de subsistência de populações tradicionais e indígenas, controle fitossanitário e pesquisas científicas com aval de órgãos ambientais.
As queimadas impactam no bolso do brasileiro
A crescente frequência das queimadas na Amazônia tem gerado preocupações significativas, não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia e a saúde das comunidades locais. A professora da Faci Wyden, Samara Felipe, especialista em negócios, destaca as repercussões que o avanço do fogo pode agregar.
"As queimadas não afetam apenas o ecossistema local, mas têm impactos diretos e severos na economia das comunidades afetadas. A destruição de áreas agrícolas e florestais compromete a produtividade das terras, o que resulta em perdas significativas para agricultores e empreendedores locais. Isso pode levar a uma redução na produção de alimentos e na oferta de recursos naturais, afetando a renda e a estabilidade econômica das famílias que dependem dessas atividades para seu sustento", disse.
Além disso, a professora ressalta a relação entre as queimadas e os possíveis gastos com serviços e produtos de saúde. "A poluição do ar gerada pelas queimadas é uma preocupação crescente, pois pode causar um aumento substancial em problemas respiratórios e outras condições de saúde adversas. Esse impacto na saúde não só afeta a qualidade de vida das pessoas, mas também tem consequências econômicas. O aumento das doenças respiratórias e outros problemas de saúde exigem maiores gastos com medicamentos, consultas médicas e exames, sobrecarregando ainda mais os sistemas de saúde locais e afetando a produtividade da força de trabalho", completa.
Esse cenário é alarmante para as comunidades nativas que habitam nas regiões. Isso porque, com o avanço das chamas, muitas pessoas são forçadas a abandonar suas casas ou comunidades.
Assim, a devastação das áreas florestais não só elimina recursos naturais vitais, como água e alimentos, mas também destrói ambientes essenciais para a cultura e práticas tradicionais. "A transição para novas condições de vida muitas vezes resulta em um aumento da vulnerabilidade econômica e social, à medida que as pessoas enfrentam dificuldades em encontrar novas fontes de subsistência e acesso a serviços básicos", finaliza.