EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO
“A primeira experiência foi o conhecimento, a segunda, a alegria de ver o projeto pronto. E a terceira, e mais incrível ainda, é ver o projeto sendo premiado e reconhecido que pode ajudar na vida pessoas”. A declaração é da estudante Ester Gibson, 14 anos, sobre a participação dela na XV Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto Açaí (MCTIA), que tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e ocorre no Shopping Metrópole Ananindeua desde o dia 19 e se encerra nesta sexta-feira, 22.
Ester é aluna da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nestor Nonato de Lima, localizada no bairro da Condor. Ela e os colegas Andrew Lorran, 13 anos, e Carlos Richardy, 15, apresentaram o projeto “Impressora sustentável - uma experiência entre robótica e educação ambiental” na MCTIA.
Ano passado a escola Nestor Nonato de Lima ganhou o primeiro lugar, na categoria engenharia, ao apresentar o projeto de uma cadeira para pessoas com baixa mobilidade, que pode ser controlada por meio de movimentos da cabeça. O protótipo foi construído com bambu, miriti e materiais como carcaça de computador e outros componentes.
Os estudantes recebem orientação e apoio dos professores e orientadores Tiago Miranda e a Marizete Braga. Ester considera muito importante participar de uma mostra nacional. “O nosso desempenho mostra que a escola pública pode alcançar o mesmo patamar das pessoas que estudam em escola particular”, avalia a estudante.
Já os alunos Emmanuel Santos, 15 anos, Lorana Costa, 17, e Simone Neves, 16, Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) da escola Anna Barreau Meninéia, no bairro do Ariramba, em Mosqueiro, desenvolveram um projeto para estimular o desenvolvimento lógico e acelerar o entendimento de matemática e conceitos de robótica.
Com o apoio da professora Laianny Simões, da Unidade Tecnológica (Unitec) os alunos do oitavo e nono ano trabalharam conceitos de programação desplugada e elementos de pensamento computacional. Como resultado, a escola conquistou o primeiro lugar no “Matematicando” este ano.
Outra escola de Mosqueiro presente na XV MCTIA é a EMEF Abel Martins e Silva, do bairro do Caranamduba. Thaissa Alves, 12, Maria Oliveira, 14, e Amanda Souza, 14, pesquisaram a qualidade do transporte coletivo na ilha e o resultado apontou que 99% das pessoas consideram o serviço inseguro e de péssima qualidade. Por isso, eles desenvolveram o projeto “Robótica sustentável e educação cidadã: construindo soluções inovadoras para o transporte público sustentável e de qualidade na ilha do Mosqueiro”.
A intenção dos estudantes é levar o resultado do trabalho para as autoridades. Amanda Souza explicou que projeto propõe o uso de barco elétrico e bicicletas compartilhadas. “Nós entendemos que as bicicletas compartilhadas vão facilitar o deslocamento dos moradores que vivem próximos aos terminais. E o barco elétrico, porque facilita o deslocamento para os pontos mais distantes como a Baía do Sol e tem a vantagem de não poluir as águas.”
O orientador do projeto foi o professor Lennon Pereira, assessor do Centro Educacional de Inovação Tecnológica de Belém (CETEC), com a participação do professor César dos Anjos, da Unidade Educacional de Inovação Tecnológica e Computacional (Unitec) da escola.
Também da ilha do Mosqueiro, o projeto “Preservando nossos rios – tecnologia e criatividade na ilha e Mosqueiro” se contrapõe ao desmatamento nas margens dos rios, poluição nas praias, assoreamento e destruição de nascentes. Os responsáveis são alunos da Escola Professora Donatila Santana Lopes, da região do Farol, que criaram aplicativos e jogos educativos.
Ester Lameira, 13 anos, David Kelversson, 13, e Israel Cruz, 13, desenvolveram uma maquete identificando a situação ambiental de cada bairro, praia e pontos de destaque da ilha. Com uma caixa de pizza organizaram um relógio em que cada número do ponteiro aponta tem uma pergunta e três alternativas de respostas sobre a situação do local indicado. “Eu fui desafiado a criar um jogo ou qualquer aplicativo que influenciasse as pessoas a terem noção de como cuidar dos rios, praias; juntar lixos; e reciclar garrafas. No momento, esse jogo ainda está em construção”, explica David. Ele agradeceu a orientação da professora Patrícia Costa, da Unitec.
David destaca que o conhecimento que obteve na escola alargou seus horizontes. “Eu conheci mais do pensamento computacional e da computação desplugada”, afirmou David. Ester enfatizou o trabalho coletivo enquanto Israel Cruz falou do robô que ele construiu com solda, placa arduino (microcontrolador), placa bluetooth e alguns sensores de movimento. “O objetivo do robô é chamar a atenção para o nosso projeto, que visa comunicar sobre a importância da preservação e cuidados com os rios e as matas ciliares”.
Já os estudantes da Escola Municipal Duas Irmãs – Bianca e Adrielly, do bairro da Pratinha II, trabalharam dentro da escola e da comunidade sobre o lixo que pode ser aproveitado e reciclado. Eles contaram com o apoio dos professores Alverina Couto e Bruno Picanço, que trabalham com alunos do quarto e quinto ano, num total de 70 alunos.
Nicolas Greygg Costa, 11 anos, Luan da Conceição, 11 anos e Kayke Gois, 10 anos, construíram um carro e um robô. Antes da MCTIA eles participaram da SBPC e ficaram em terceiro lugar na II Mostra de Inovação e Tecnologia da Educação promovida pela Semec. “Eu gostei muito de vir aqui, passar esses quatro dias foi muito importante”, afirmou Kayke.
Para o professor Lennon Pereira, do CETEC, o evento permite dialogar com outras experiências no Brasil e do mundo sobre o que vem acontecendo aqui na nossa região. “Isso é uma forma de enriquecer o conhecimento do nosso currículo pessoal e, principalmente, de proporcionar aos nossos alunos da rede municipal essa troca de conhecimento com outras culturas, com outros alunos que vêm de outros estados e de outros países também”, pontuou. “Isso vai proporcionar com que, lá na frente, academicamente, os estudantes sejam grandes, bem maiores do que o sonho deles”, finalizou.