SAÚDE
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Em 2024, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), continuou sendo uma das principais causas de morte no Brasil, representando aproximadamente 30% do total de óbitos. Somente no ano passado, 50.133 pessoas faleceram no país, de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil.
Mas você sabia que até 80% desses óbitos podem ser evitados com melhoras na alimentação, nos exercícios físicos, e na identificação de fatores de risco?
As primeiras novas diretrizes sobre prevenção de AVC em 10 anos, da Associação Americana de AVC, uma divisão da Associação Americana do Coração, incluem recomendações para o público e aos profissionais de saúde que refletem uma melhor compreensão de quem sofre AVCs e por que, além de novos medicamentos que podem ajudar a reduzir os riscos.
A boa notícia é que a melhor forma de reduzir o risco de AVC também é a melhor forma de reduzir o risco de uma série de problemas de saúde: “tenha uma dieta saudável, faça exercícios e não fume. A má notícia é que manter esses hábitos nem sempre é tão fácil.
O que você precisa saber sobre AVC e as novas diretrizes:
O que é um AVC?
De acordo com o neurologista Antônio de Matos, um AVC acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro fica bloqueado, ou quando um vaso sanguíneo do cérebro se rompe. Isso prejudica a oxigenação do cérebro e pode causar danos cerebrais que levam a dificuldades para pensar, falar e caminhar, ou até mesmo à morte.
Como uma alimentação saudável pode reduzir o risco de AVC
Segundo a associação médica, uma alimentação saudável pode ajudar a controlar vários fatores que aumentam o risco de AVC, incluindo colesterol alto, glicemia alta, e obesidade.
A organização recomenda os alimentos da chamada dieta mediterrânea, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e azeite de oliva, que podem ajudar a manter baixos os níveis de colesterol. Uma das sugestões é limitar a carne vermelha e outras fontes de gordura saturada. A proteína pode ser obtida de leguminosas, castanhas, aves, peixes e frutos do mar.
Limitar também os alimentos ultraprocessados e as bebidas e alimentos com muito açúcar adicionado. Isso também pode ajudar a reduzir o consumo calórico, que ajuda a manter o peso sob controle.
Manter o corpo em movimento pode ajudar a prevenir AVCs
Levantar e caminhar por pelo menos 10 minutos por dia pode reduzir "drasticamente" o risco individual, diz o médico.
Entre os principais benefícios: o exercício regular pode ajudar a reduzir a pressão arterial, um dos principais fatores de risco para o AVC.
Mas claro, quanto mais, melhor: a associação recomenda a prática semanal de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa, ou alguma combinação dessas modalidades. A forma como você faz isso não importa tanto, segundo os especialistas: vá à academia, faça uma caminhada ou uma corrida pelo seu bairro, ou use esteiras e aparelhos elípticos em casa.
Novas ferramentas para reduzir a obesidade, um fator de risco do AVC
Dieta e exercícios podem ajudar a controlar o peso, outro importante fator de risco para os AVCs. Mas uma nova categoria de medicamentos que podem reduzir drasticamente o peso foi aprovada pelos órgãos reguladores, fornecendo novas ferramentas para reduzir o risco de AVC desde a última atualização das diretrizes.
As diretrizes agora recomendam que os médicos avaliem a possibilidade de prescrevê-los para pessoas com obesidade ou diabetes.
No entanto, embora os remédios possam ajudar, as pessoas ainda precisam se alimentar bem e fazer exercícios, alerta o neurologista.
Novas diretrizes ajudam os médicos a identificarem quem pode ter risco mais alto de AVC
As novas diretrizes, pela primeira vez, recomendam que os médicos avaliem os pacientes por outros fatores que podem aumentar o risco de AVC, incluindo sexo e gênero, além de outros fatores não médicos, como estabilidade econômica, acesso aos cuidados de saúde, discriminação e racismo.
"Se uma pessoa não tem plano de saúde ou não consegue chegar ao consultório médico por problemas de transporte, ou se não consegue faltar no trabalho para buscar atendimento (...) todas essas coisas podem impactar a capacidade de se prevenir um AVC", diz Antônio.
Os médicos podem indicar recursos para obter assistência de saúde ou alimentos a baixo custo, assim como dar sugestões para aumentar o nível de atividade física sem gastar muito com uma mensalidade de academia.
As diretrizes agora também recomendam que os médicos avaliem condições que podem aumentar o risco de AVC em mulheres, como pressão alta durante a gravidez ou menopausa precoce.