121 ANOS
A Praça Batista Campos celebra, nesta sexta-feira (14), 121 anos. Tombada em 1983 pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Dphac) do Estado do Pará, o espaço traz uma forte influência da arquitetura portuguesa do século XIX, período em que foi projetado.
Conhecida pelos coretos, intensa arborização, o “castelo central”, os lagos com pirarucus coloridos e as belas pontes, a Praça Batista Campos faz parte da vida de muitos belenenses. À exemplo da jornalista Camille Nascimento, de 36 anos, que frequenta o local desde a infância e, hoje, leva a filha para brincar nos brinquedos gratuitos que a praça oferece.
“Eu gosto muito da praça pela estrutura e também pela memória afetiva que tenho do lugar. Vou desde criança com os meus pais, agora venho sempre com a minha filha e meus sobrinhos. Eles gostam de ver os peixes nos lagos, brincar nos brinquedos, que têm uma ótima estrutura. Em tempos que as crianças estão imersas em tanta tecnologia, é bom elas saberem que dá para se divertir sem um tablet. Acho a Praça Batista Campos uma das praças mais significativas de Belém”.
Para comemorar o aniversário da Praça Batista Campos - que foi eleita em 2005 a praça mais bonita do Brasil - a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Clima (Semma), vai distribuir, de 8h às 9h, 200 mudas para a população. Além disso, os técnicos da secretaria também vão orientar como fazer o plantio e a manutenção das plantas.
As mudas que serão distribuídas são das espécies Mini ixora vermelha, Ixora coccínea, Dracena fita amarela e Dracena sanderiana. A ação reforça o compromisso da gestão municipal em aumentar a arborização da cidade, como parte do projeto “Cidade Verde”.
A atividade da Semma se une à programação da “Associação dos Amigos da Praça Batista Campos”, que há mais de vinte anos festeja o local. De acordo com o presidente, Olímpo Bastos, a associação tem o objetivo de promover atividades voltadas para conscientizar os trabalhadores da praça e os visitantes sobre a importância de zelar por esse patrimônio cultural tão importante para Belém. Os “Amigos da Praça” conversam com os pedestres sobre a importância de manter a praça limpa, realizam atividades culturais e fazem concursos como o que elege a barraca de coco mais limpa do lugar, tudo com a intenção de mostrar que zelar pela Batista Campos é dever de todos.
Assim como nesses mais de vinte anos, os membros da associação prepararam um bolo de mais de um metro, que será servido nesta sexta-feira, na praça. acompanhado de café e suco. “A comemoração é para os trabalhadores da praça e para todos os pedestres que estiverem por lá. E claro, vamos cantar juntos o tradicional parabéns”, celebra Olímpio.
Embora funcione em caráter informal, pois todos podem ser “amigos da praça”, a associação conta com cerca de 30 pessoas assíduas, que se encontram todos os dias de manhã para caminhar na Batista Campos e participam mais ativamente das organizações das atividades. “Eu caminho na praça todos os dias há 38 anos. É um lugar muito bonito e aprazível e todos devemos cuidar dela. Não adianta a prefeitura fazer um bom trabalho se o cidadão não tiver o cuidado com o espaço”, opina Olímpio, que é servidor público aposentado.
Como frequentador diário do espaço há tantos anos, Olímpio e os amigos de caminhada já perceberam a diferença no cuidado com a Batista Campos, desde o início do ano até agora. “Nós percebemos que a Guarda Municipal voltou ao local e está lá regularmente. A praça está mais limpa. De manhã, quando caminho, já vejo os trabalhadores da limpeza da prefeitura por lá, algo que não tinha antes. Também percebemos que colocaram várias lixeiras ao longo da praça”, pontua.
Os cuidados que Batista Campos merece
Desde o início da gestão, a prefeitura tem colocado em prática a megaoperação “Belém Limpa”, que, entre os vários espaços da cidade, abrange também as praças da capital. Em janeiro, a prefeitura, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana de Belém, iniciou a entrega de mil novas lixeiras em diversas praças públicas da cidade, entre elas, a Batista Campos.
Em relação à segurança, a Praça Batista Campos é prioridade para a Guarda Municipal de Belém (GMB). O espaço conta com um posto fixo, funcionando 24 horas por dia, com três guardas municipais por turno. Além disso, há três câmeras de 360 graus para monitoramento.
Desde 30 de janeiro, a GMB intensificou o patrulhamento em todas as praças de Belém, incluindo a Batista Campos. E, aos finais de semana, a segurança é reforçada durante os horários de maior movimento.
“Largo de Salvaterra”
No século XIX, a Praça Batista Campos era conhecida como “Largo de Salvaterra”, pois era uma propriedade privada pertencente à europeia, Maria Manoela de Figueira e Salvaterra.
Com a morte dela, o espaço se tornou uma praça pública, porém passou por várias denominações ao longo dos anos. Foi em 1897, durante o governo de Antônio Lemos, que o lugar passou a se chamar Batista Campos, uma homenagem a um dos principais personagens da Cabanagem. Nessa época, o local era um simples terreno de grande extensão. A praça foi reformada e em 1904 foi reinaugurada, passando a ser considerada uma das praças mais bonitas de Belém.
