PROGRAMAÇÃO OFICIAL
O domingo de Carnaval em Mosqueiro foi marcado pelo desfile das escolas de samba da ilha no corredor da folia instalado na Vila. Segundo estimativas da subprefeitura do distrito, cerca de 10 mil pessoas estiveram na bucólica neste domingo (2), das quais pelo menos 1,2 mil lotaram as arquibancadas montadas para a população assistir aos blocos e escolas de samba. Agentes de limpeza atuaram durante todo a programação para deixar concentração e a área de apresentação limpos e homens da Guarda Municipal garantiram a segurança do público.
Comerciantes comemoram
Para os comerciantes, que vivem da movimentação de visitantes na ilha, o resgate do Carnaval já resulta em bons negócios. André Santana é dono de um restaurante localizado bem na concentração das escolas de samba, na praia do Bispo, e festeja o aumento do movimento de clientes e já até contratou mais profissionais para dar conta. “Esse é um evento que está voltando a ter força e para nós traz muitos benefícios, pois aumentamos a nossa equipe, não só na cozinha, mas também no salão, e na parte da segurança, ou seja, todo mundo está conseguindo ganhar o seu dinheiro”.
Resgate do Carnaval na ilha
Duas escolas de samba tomaram lugar no corredor da folia: Peles Vermelhas e Piratas da Ilha. Para a presidente da Peles Vermelhas, da Vila, o Carnaval é momento de superação. Com enredo sobre os antigos carnavais de Mosqueiro, a agremiação prestou uma homenagem à história da festa. “A gente lembra do auge do Carnaval de Mosqueiro, quando nomes como Mahrco Monteiro e outros surgiram, quando se fez o primeiro Pará Folia na ilha”, contou. Para ela, a escola, que tem 69 anos de existência, é sinônimo de cultura e diversão. “As pessoas gostam do Carnaval de Mosqueiro, e é por isso que a gente ainda se entusiasma em ir pra avenida”, frisou.
Já a vice-presidente da Universidade do Samba Piratas da Ilha, Elen Campinas, contou que, neste ano, a agremiação completa 50 anos de fundação e o enredo faz referência ao aniversário, por meio do tema “Uma odisseia pirateana, rumo ao jubileu de ouro”. Ao todo, 300 brincantes desfilaram pela escola, sediada na própria Vila. Segundo Elen, a escola vinha ensaiando para o Carnaval. “Nós fazíamos nossos ensaios desde 1º de janeiro, em todos os domingos que antecediam o Carnaval, então já era nosso hábito esses arrastões de ensaios técnicos. Todos nós estivemos envolvidos em desenvolver um bom Carnaval”, acrescentou.
Ela também defendeu a importância da manutenção da festa resgatada pela Prefeitura de Belém, mesmo com apenas duas escolas habilitadas para o desfile. “O trabalho de barracão não é um trabalho apenas do período de Carnaval, então, para nós, é muito importante ter essa atividade reconhecida, porque gera muitos empregos, além de termos um trabalho social com as crianças da nossa comunidade”, destacou.
A atendente Andressa Abucater, de 40 anos, mora há três anos em Mosqueiro e, desde o primeiro momento, começou a se envolver com o Carnaval da ilha, e faz questão de participar, mesmo que seja nos intervalos do trabalho. “Eu gosto muito de Carnaval e, para nós que trabalhamos com comércio é fundamental, pois movimenta os turistas, seja por conta das escolas de samba ou dos blocos. Eu vou estar lá, mesmo que seja de coração, já que estou trabalhando”.