SAÚDE PÚBLICA

O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), integrante do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é uma das unidades de referência no tratamento da febre amarela no estado. Em parceria com a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) e a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), a unidade recebe pacientes graves da doença, incluindo os da zona rural de Breves, no arquipélago do Marajó, onde o surto da infecção já resultou em mortes e preocupa as autoridades sanitárias.
No primeiro trimestre deste ano, o HUJBB já atendeu sete pacientes suspeitos de febre amarela. Desse total, quatro foram confirmados com a doença, dois foram descartados por método laboratorial e um aguarda o resultado do exame. Para dar suporte a essa demanda, o hospital está preparado com leitos de enfermaria e Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A equipe especializada do Barros Barreto, composta por infectologistas, nefrologistas e hepatologistas, oferece suporte com infraestrutura adequada para cuidados intensivos, como diálise renal e acompanhamento das funções vitais dos pacientes, sempre seguindo os protocolos do Ministério da Saúde.
De acordo com a médica infectologista Rita Medeiros, gerente de Atenção à Saúde do Barros Barreto, o hospital está pronto para ampliar a capacidade de atendimento, caso haja um aumento no número de pacientes graves. “Estamos de prontidão para ajustar rapidamente os recursos e garantir o atendimento necessário, com a flexibilidade que a situação exige”, afirma.
Medeiros reforça a importância da vacinação como medida preventiva contra a febre amarela. A imunização é a única forma eficaz de proteção contra a doença, especialmente em áreas endêmicas como o Pará. "A vacina é a principal ferramenta para evitar a propagação do vírus. Em regiões como o Marajó, onde a doença circula atualmente, a imunização é essencial", enfatiza.
A infectologista também garante que a vacina contra a febre amarela é segura e eficaz. "Para quem nunca foi vacinado, é fundamental tomar a dose. Para quem já recebeu a vacina na infância, não é necessário reforço, pois uma única dose garante proteção por toda a vida", conclui.
Doença
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Haemagogus no ciclo silvestre e pelo Aedes aegypti no ciclo urbano. No Brasil, a transmissão ocorre principalmente em áreas de floresta e zonas rurais.
Prevenção
A única forma eficaz de prevenção da febre amarela é a vacinação. A imunização contra a doença é oferecida gratuitamente pelo SUS e deve ser tomada por toda a população, especialmente em áreas de risco. Uma única dose da vacina garante proteção por toda a vida.
Sintomas
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre alta repentina, dor de cabeça intensa, dores no corpo, calafrios, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Em cerca de 15% dos casos, após um breve período sem sintomas, a pessoa pode desenvolver a forma grave da doença, com complicações como icterícia (pele e olhos amarelados), hemorragias, insuficiência hepática e renal e choque.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a febre amarela. O protocolo é sintomático, focando no controle da febre e no suporte às funções vitais do paciente, especialmente nos casos graves, que podem necessitar de internação em leitos de UTI.
Sobre a Ebserh
O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.