Futebol Paraense

Belém do Pará, 4 de abril de 1985. Os jornais anunciam: todos pela Tuna. Naquela noite, às 20h30, a Águia do Souza disputaria a final da Taça de Prata do respectivo ano, em partida contra o Goytacaz, time do Rio de Janeiro, válida pela última rodada do triangular decisivo. “Essa prata vale ouro”, escrevia a crônica esportiva. A campanha empolgava, dos nove jogos disputados até então, apenas uma derrota. A próxima vitória seria a decisiva, e foi. A partida aconteceu no Mangueirão, onde a torcida tunante, em grande festa, presenciou um dos jogos mais emblemáticos da história do futebol paraense. O primeiro tempo terminou sem gols e, nem mesmo um pênalti perdido pela equipe tunante, desanimava o andar do jogo.
No início do segundo tempo, Luiz Carlos aproveitou o rebote e abriu o marcador. Tuna 1x0 Goytacaz. O adversário reagiu, e logo em seguida, aos 16 minutos, empatou. Mas a águia guerreira não deixou barato. Paulo Guilherme fez o segundo gol tunante, balançando a meta do Goleiro Gato Félix - aquele mesmo, campeão mundial com a seleção brasileira de 1970. Aos 31 minutos, Ronaldo marca o terceiro gol tunante, para a explosão da torcida que já se considerava campeã. Souza ainda diminui para o Goytacaz aos 33 minutos do segundo tempo, mas a história já estava escrita. Apita o árbitro Ney Andrade, final de jogo, Tuna 3x2 Goytacaz.
O título inédito do Norte do Brasil. A campeã da Nova República. Sem a taça, que não foi enviada pela CBF, o treinador Dutra foi erguido pelo time em volta olímpica. O troféu só chegou em Belém um mês e quinze dias depois, sendo recebido com festa e cortejo em pelas ruas da capital. “Parecia até a Jules Rimet”, dizia a crônica esportiva na época. A taça foi apresentado à torcida em um jogo contra o Paysandu, no Souza, válido pelo “Torneio regional Tancredo Neves”. E como canta o nosso hino: é mais um time que entra pra História.
Texto: Ítalo Souza