Durante anos, a ideia de fazer uma cirurgia na coluna era motivo de medo. Muitos pacientes associavam o procedimento a grandes cortes, internações longas e até risco de paralisia. Mas esse cenário mudou — e para melhor. Com o avanço da medicina, as cirurgias de coluna estão cada vez menos invasivas, mais seguras e com recuperação muito mais rápida. Hoje, já é possível tratar hérnias de disco, estenoses lombares e outras patologias com técnicas modernas que usam pequenas incisões e mínima agressão aos tecidos.

“O que antes exigia uma longa internação, hoje pode ser feito até em regime de hospital-dia”, explica o ortopedista e especialista em coluna João Rufino. “A maioria dos pacientes retorna para casa no mesmo dia ou no seguinte, com dor controlada e mobilidade preservada.”

Dados comprovam a evolução

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho mostrou que pacientes submetidos à cirurgia minimamente invasiva apresentaram melhora significativa na dor e qualidade de vida, com retorno precoce ao trabalho. Além disso, houve menor necessidade de medicação no pós-operatório.

Outro dado animador: em 2024, o Brasil atingiu a marca de 100 cirurgias robóticas de coluna vertebral, realizadas com alta precisão e menor tempo de recuperação, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). O procedimento vem se consolidando como alternativa segura para casos complexos.

A cirurgia como solução, não como ameaça

Segundo Rufino, o maior desafio agora é vencer o mito. “Nem todo caso precisa de cirurgia, mas quando ela é indicada, pode ser transformadora. Com a tecnologia atual, operar não é mais um risco, é uma chance real de voltar a viver sem dor”.

A orientação é sempre buscar um especialista em coluna para avaliar o caso individualmente. O que era visto como última opção, hoje é muitas vezes a melhor saída.