Judô, balé, música, artes, teatro e esportes coletivos. Cada vez mais presentes no cotidiano escolar, as atividades extracurriculares têm se mostrado aliadas importantes aliadas no desenvolvimento integral das crianças. Mais do que um complemento à rotina pedagógica, essas atividades favorecem a construção de habilidades socioemocionais, estimulam a criatividade e ajudam no fortalecimento da autoestima desde a primeira infância.

Um estudo publicado pela Fundação Itaú Social e Fundação Carlos Chagas, identificou que crianças envolvidas em atividades extracurriculares apresentam melhor desempenho em leitura, escrita e matemática, além de maior engajamento e permanência escolar. Em muitas instituições, essas atividades são organizadas na forma de clubs ou oficinas no contraturno. A proposta é oferecer aos alunos oportunidades de aprendizado prático e vivencial, respeitando seus interesses individuais e permitindo a experimentação em diferentes áreas.

Segundo a educadora da Escola Canadense de Belém, Caroline Aguiar, o envolvimento com atividades extracurriculares contribui para o desenvolvimento de competências como disciplina, cooperação, empatia, responsabilidade e autonomia — aspectos tão importantes quanto os conteúdos curriculares tradicionais. “O contato com diferentes linguagens – seja por meio da arte, do movimento corporal ou de práticas mais técnicas – favorece o amadurecimento emocional e social da criança. Além disso, quando ela escolhe algo que gosta de fazer, o engajamento é muito maior e o aprendizado acontece de forma mais natural”, destaca Caroline.

As famílias também relatam benefícios. Crianças mais tímidas passam a se expressar com mais confiança em oficinas de teatro ou música; outras desenvolvem coordenação motora e autocontrole em práticas como balé ou judô. Além disso, essas experiências muitas vezes ajudam na descoberta de talentos e preferências que vão acompanhar a criança por toda a vida.

“As atividades extracurriculares oferecem à criança a chance de se conhecer melhor, explorar diferentes formas de expressão e desenvolver habilidades que muitas vezes não aparecem nas disciplinas tradicionais. Quando uma criança participa de uma aula de balé, judô ou música, ela está aprendendo a lidar com regras, frustrações, cooperação e até mesmo com o próprio corpo. Tudo isso contribui de forma direta para o amadurecimento emocional e social”, explica a educadora.

Apesar de serem atividades “extras”, sua função vai além do entretenimento. Elas ajudam a equilibrar o aprendizado intelectual com aspectos afetivos, físicos e sociais — contribuindo para a formação de indivíduos mais preparados para os desafios da vida em grupo.