SAÚDE
O que muitos consideram uma solução rápida para a dor de cabeça pode, na verdade, agravar o problema. Segundo o neurologista Dr. Antônio de Matos, o uso frequente de analgésicos pode levar ao que é conhecido como cefaleia por uso excessivo de medicação, uma condição em que a própria tentativa de aliviar a dor contribui para o seu aumento.
“O cérebro passa a se sensibilizar ao uso constante dos remédios, e com isso, a dor deixa de ser esporádica e se torna quase diária. Isso é muito comum em pacientes com enxaqueca que tomam medicamentos de forma repetida sem acompanhamento médico”, explica o Dr. Antônio.
A enxaqueca é uma das formas mais comuns de dor de cabeça crônica e atinge milhões de brasileiros. Para muitos, o alívio momentâneo oferecido por analgésicos se transforma em um ciclo vicioso: a dor melhora por algumas horas, mas volta com mais intensidade, exigindo doses cada vez maiores do medicamento.
“É importante lembrar que o analgésico não trata a causa da enxaqueca, apenas alivia os sintomas. Quando usado de forma exagerada, ele pode inclusive mascarar sinais importantes da doença”, afirma o especialista.
O tratamento ideal, segundo o Dr. Antônio, deve ser individualizado e focado na prevenção das crises, com mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico regular e, em alguns casos, o uso de medicamentos preventivos.
“Tomar remédio para dor de cabeça deve ser uma exceção, não uma regra. Se a dor se repete com frequência, é sinal de que algo precisa ser investigado com um neurologista”, orienta.
A recomendação é clara: não se automedique. A dor de cabeça frequente pode ser tratada com segurança, mas exige cuidado, orientação profissional e o entendimento de que nem sempre a solução está no que parece mais fácil.