Empoderamento
Por meio de uma tela de celular, mulheres da Amazônia estão transformando suas histórias e ganhando autonomia financeira. É essa a proposta do projeto Mulheres Fortes do Norte, criado pela comunicadora social Dina Batista Carmona, que vem utilizando o Instagram como ferramenta de empoderamento e inclusão digital para empreendedoras paraenses.
A iniciativa, que nasceu em 2020 durante a pandemia, busca dar visibilidade a mulheres da Região Norte, Através de mentorias, oficina, rodas de conversa e curadoria de conteúdo digital, o projeto ensina como comunicar, vender e se posicionar nas redes sociais.
“Quando eu chego nos lugares que já trabalhei a mentoria, é muito legal porque elas dizem: ‘Dina, eu consegui reformar o meu pier só com o dinheiro do Instagram’”, conta a criadora do projeto.
O projeto já passou por diversos municípios paraenses, com foco na capacitação prática. Mulheres que, até pouco tempo, viam o Instagram apenas como uma rede social, hoje o utilizam como uma verdadeira vitrine de seus negócios. Desde produção de cosméticos naturais até serviços de culinária, turismo, moda e artesanato — o Mulheres Fortes do Norte ajuda essas empreendedoras a enxergar valor na própria trajetória e a comunicar isso com autenticidade.
Segundo dados da Junta Comercial do Pará (JUCEPA), 42,36% das empresas registradas no estado já contam com mulheres em cargos societários. Em 2021, 56,6% dos microempreendedores individuais (MEIs) que formalizaram seus negócios no Pará eram mulheres — um total de 35.797 MEIs abertas por elas. O número reforça o quanto o empreendedorismo feminino está em expansão no estado, impulsionado também por ações de transformação social como o Mulheres Fortes do Norte.
No cenário nacional, de acordo com o Sebrae e o IBGE, o Brasil já conta com mais de 10 milhões de mulheres donas de negócio, e a proporção de empreendedoras que geram empregos cresceu 30% entre 2021 e 2022. A Região Norte, historicamente invisibilizada nas grandes mídias, mostra força e criatividade ao se apropriar das ferramentas digitais para garantir renda e voz ativa no mercado.
O diferencial do Mulheres Fortes do Norte está na sua identidade. Hoje, o digital é nossa maior vitrine, e se a gente não ocupar esse espaço, outros ocuparão por nós”, afirma Dina Carmona.
As histórias são muitas. Mulheres que começaram vendendo comida de casa e hoje abastecem restaurantes; outras que, com os lucros das vendas feitas pelo Instagram, reformaram suas casas, investiram na educação dos filhos ou abriram um segundo negócio.
Todas elas com algo em comum: o acesso ao conhecimento sobre comunicação digital mudou suas trajetórias.