CHEF PAULO MARTINS
Foto: Divulgação
No carnaval de 1947, Paulinho, então com 9 meses de vida, foi “fantasiado” de cozinheiro. Predestinação ou definido por vocação, Paulo Martins teve sua trajetória entrelaçada à da mãe, Anna Maria Martins. Em uma parceria bem-sucedida, desde antes de sua chegada ao mundo, juntos, foram os responsáveis pelo resgate da verdadeira culinária paraense e, por meio dela, fizeram o mundo admirar e desejar os sabores da mais autêntica cozinha brasileira.
Quando decidiram abrir um restaurante, em 1972, no subsolo do chalé Malcher (outrora residência do ex-governador José Carneiro da Gama Malcher, avô de dona Anna Maria Martins e bisavô de Paulo), tiveram de lidar com preconceitos da época, afinal, como poderia uma neta de político ser cozinheira? Mas a matriarca dos Martins sempre fora uma mulher muito além de seu tempo e sua força inspirou o primogênito. Juntos, inauguraram o Lá em Casa, restaurante de comida amazônica-paraense, e seguiram trabalhando juntos – até que Paulo, arquiteto de formação, decidiu também assumir-se
cozinheiro, em meados da década de 80.
Empenhado em levar os ingredientes e pratos amazônico-paraenses para o mundo, Paulo foi quem os apresentou a alguns dos mais importantes nomes da gastronomia, como Ferran Adrià, Juan Arzak, Javier Torres, Paul Bocuse, Alain Ducasse, Javier e Sergio Torres, Alex Atala, Claude Troisgros, dentre tantos. No começo dos anos 2000, decidiu trazer os chefs para Belém, de modo a proporcionar-lhes um mergulho em uma ancestral cozinha brasileira: nascia o Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, festival que colocou Belém definitivamente no mapa do turismo gastronômico nacional.
Todas essas histórias são resgatadas pela jornalista Lorena Filgueiras. Paraense, nascida em Belém, Lorena conta que teve a companhia de Paulo por 9 anos – período em que se dedicou a compreender a alma do biografado. Foram mais de cem entrevistas, centenas de fotos do acervo familiar e incursões em arquivos públicos. “É muito emblemático que o ‘Memórias de um filho do fogão’ seja lançado em um ano tão significativo, quando as atenções se voltam a Belém, sede da COP-30 e por marcar a retomada do festival idealizado e realizado por Paulo durante anos”, diz. “2025 também é especial por tratar-se do centenário de nascimento de dona Anna Maria Martins, nascida em 25 de julho de 1925”, complementa.
A Vale Metais Básicos, patrocinadora da obra, reforça o significado cultural do lançamento. “Acreditamos que eternizar a memória de Paulo por meio dessa expressão artística é consagrar o protagonismo da cultura gastronômica amazônico-paraense. Ao fortalecer essa ideia de pertencimento e de continuidade de seu legado, reforçamos nosso compromisso com projetos que valorizam as identidades que nos cercam e nos moldam todos os dias”, afirma José Luiz Marques, Diretor de Assuntos Corporativos da Vale Metais Básicos, empresa subsidiária da Vale S/A.
A biografia será lançada na capital paraense, no dia 09 de setembro, outra data especial: a do “encantamento” de Paulo, como a autora refere-se à despedida do chef, que nos deixou em 2010. Merecidamente, Paulo, que escreveu um capítulo tão significativo de nossa história, ganha um livro sobre sua vida – na opinião da autora, “uma declaração de amor ao homem cheio de falhas (e mergulhado em generosidade), que transformou e alterou para sempre os rumos da Gastronomia nacional”.
Sobre o livro
“Memórias de um filho do fogão – Biografia do chef Paulo Martins”, de Lorena Filgueiras.
Capa: Acervo familiar – Paulinho vestido de cozinheiro.
Sobrecapa: Paulo Martins, por João Ramid.
Lettera L: Editora
Ano de publicação: 2025
Patrocínio: Vale Metais Básicos
Apoio Institucional: Instituto Paulo Martins – IPM
Sobre a editora:
A Lettera L Editora é paraense e, desde 2018, dedica-se a promover escritores e obras locais, sem abrir mão do respeito às suas histórias.
Instagram: @letteraleditora
Site: www.letteraleditora.com.br