Pioneirismo
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O Banco do Brasil (BB) anunciou no início da noite de ontem, 14, durante a COP 30, o lançamento de sua mesa de comercialização de créditos de carbono. Com a iniciativa, a instituição se tornou o primeiro grande banco brasileiro a permitir que empresas com metas de emissão adquiram créditos de carbono de projetos que preservam florestas ou utilizam energia limpa.
Atualmente, o Banco do Brasil já conta com mais de 30 projetos em desenvolvimento, com capacidade de gerar até 3 milhões de créditos de carbono por ano. Na prática, isso representa o impulso a um mercado de economia verde com potencial bilionário, a monetização da floresta em pé e a viabilização financeira da transição para uma economia de baixo carbono, transformando compromissos ambientais em ativos econômicos reais.
De acordo com José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, “A mesa de carbono vai facilitar a negociação de créditos para compensação. Nossa vantagem é atuar de ponta a ponta: participamos da originação de projetos de alta integridade, como os de preservação que geram créditos, e conectamos essa oferta diretamente à demanda de nossos clientes, garantindo segurança e eficiência no processo.”
Com a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), o lançamento se apresentou como uma resposta do setor financeiro à nova legislação climática brasileira, que estabelece um mercado regulado. A expectativa é que mais de 5 mil grupos econômicos precisem gerenciar seus inventários de emissões. A iniciativa do BB nasce para atender a essa demanda, não apenas negociando créditos, mas também originando novos projetos de descarbonização.
Uma atuação cuja maturidade é decisiva, como pontua Francisco Augusto Lassalvia, Vice-Presidente de Negócios de Atacado. “Nossa atuação com a mesa de carbono é análoga ao que já fazemos. De um lado, temos desde o pequeno produtor rural, que possui uma área de preservação mas não tem escala para acessar este mercado sozinho, até grandes projetos. Do outro, a grande corporação que precisa compensar suas emissões. Nossa missão é ser essa ponte. Vamos originar, intermediar e monetizar esses ativos, unindo quem gera o crédito a quem precisa dele, com a segurança e a capilaridade que o Banco do Brasil oferece.”
A plataforma lançada será alimentada por um portfólio de iniciativas de conservação do próprio banco, que já contribuiu para a preservação de 850 mil hectares de floresta nativa e mantém a meta ambiciosa de alcançar 2 milhões de hectares até 2030, além de recuperar 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas.
O modelo de negócios da mesa de carbono atuará em três frentes estratégicas; Originação de projetos estruturando iniciativas sustentáveis com clientes de todos os portes. Na comercialização de créditos - intermediação e monetização de ativos ambientais no mercado. E na assessoria para descarbonização com apoio técnico a empresas em sua jornada de transição ecológica.
A comercialização de créditos de carbono é vista como uma ferramenta essencial para reduzir emissões, atrair investimentos em tecnologia limpa e ajudar o Brasil a cumprir suas metas climáticas, fortalecendo a economia local e gerando novos empregos verdes.