Arte
Está aberta ao público no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém, a exposição “O Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia: Arte, Ciência e Sustentabilidade”, promovida pela Embaixada da Suíça no Brasil, Consulado-geral da Suíça no Rio de Janeiro, Museu Paraense Emílio Goeldi e Associação Artística e Cultural Oswaldo Goeldi. Imersiva e educativa, com tecnologia de realidade aumentada, a exposição reúne ilustrações de 337 espécies de aves amazônicas pertencentes ao acervo do Museu de História Natural de Berna, na Suíça, e 22 xilogravuras coloridas de flores brasileiras, reforçando o diálogo entre arte e ciência.
O embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock, disse que o Estado do Pará tem um significado especial para as relações entre suíços e brasileiros, pelos laços científicos, culturais e ambientais, ao longo de mais de um século. “No centro dessa conexão está Emílio Goeldi, o naturalista suíço cujo trabalho pioneiro na Amazônia lançou as bases para a pesquisa tropical moderna no Brasil. Ao chegar a Belém, vi como a cidade é moldada pela natureza. Ficou claro para mim por que Emílio Goeldi dedicou seu trabalho a esta região”, afirmou o embaixador.
Para o embaixador Hanspeter Mock, é especialmente significativo apresentar a exposição em Belém, uma cidade que continua a preservar e expandir esse legado por meio do Museu Paraense Emílio Goeldi e de colaborações contínuas entre instituições suíças e brasileiras. “A contribuição de Emílio Goeldi é celebrada não apenas como um marco do envolvimento científico suíço no exterior, mas também como um símbolo duradouro de nossa parceria com o Brasil, enraizada no respeito pelo conhecimento e pela importância global da Amazônia”, assinalou.
O ministro Albert Rösti ressaltou a importância das boas relações entre Brasil e Suíça em diversos setores, como pesquisa, ciência e nas iniciativas pela conservação da floresta. “É uma responsabilidade muito grande estar em Belém, no Estado do Pará, para a COP30, quando as atenções do mundo estão focadas na Amazônia e na redução dos combustíveis fósseis”, frisou. O ministro disse estar muito feliz com a exibição da mostra na capital paraense. “A relação da Suíça com o Brasil nas questões científicas e de meio ambiente tem mais de cem anos. E no eixo dessa conexão está Emílio Goeldi, naturalista suíço que dedicou sua vida aos estudos da Amazônia”, afirmou.
Em seu pronunciamento no evento de abertura, o diretor do MEP, Bruno Silva, disse que a exposição é muito importante porque expressa um retrato da Amazônia feito há mais de cem anos, com atenção para a biodiversidade da floresta. “Estamos muito gratos à Suíça por entregar essa exposição”, afirmou.
Segundo Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) do Pará, a trajetória do Museu Emílio Goeldi na produção de ciência na Amazônia confunde-se com a formação dos primeiros museus de história natural do Brasil. O papel do Goeldi, destacou, “referencia todas as iniciativas voltadas para a salvaguarda da memória, cultura, saberes e história do povo amazônico”. Sobral também destacou a importância de Oswaldo Goeldi no cenário das artes visuais. “O legado da obra gráfica de Goeldi é a própria história da gravura artística brasileira moderna e contemporânea”, afirmou.
Serviço
Exposição: O Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia: Arte, Ciência e Sustentabilidade.
Local: Museu do Estado do Pará (MEP), praça Dom Pedro II, em Belém.
Data: aberta ao público até 4 de janeiro de 2026.
Horários de visitação: terça a sexta, das 10h às 18h; sábado, domingo e feriados, das 9h às 13h.