SOLIDARIEDADE
Foto: Adriano Nascimento
Na Arena do Sindtifes, no bairro da Marambaia, em Belém, a noite desta quinta-feira, 27 de novembro, virou palco de solidariedade. Sob os refletores que iluminavam o gramado, o clima foi de resenha, abraços, provocações amistosas e o objetivo de arrecadar cestas básicas e brinquedos para famílias ribeirinhas de Belém e região. O Futebol Solidário das Estrelas Paraenses, organizado pelo empresário Everton Santos e pelo jornalista Marcos Aleixo, reuniu atletas da terra, influenciadores e artistas que abraçaram a causa.
O evento acontece sempre quando o calendário brasileiro desacelera e, em 2025, veio logo após um ano marcante para os rivais: o Remo voltou à Série A do Brasileirão depois de 31 anos; já o Paysandu enfrentou o amargo rebaixamento para a Terceira Divisão. Na arena, entretanto, a rivalidade deu espaço a outro tipo de disputa: a de quem ajudaria mais.
A noite reuniu nomes conhecidos e queridos pelas torcidas. Os ex-atacantes Fábio Oliveira e Júnior Amorim, dois dos personagens mais lembrados por Remo e Paysandu, dividiram o mesmo lado do campo. O ex-BBB Hadballa também entrou na brincadeira, reforçando a atmosfera de bom humor. E os criadores do Futebol Zueiro, Edu e Victor Tourinho, foram recebidos com o carinho habitual dos torcedores de todos os clubes. Tourinho resumiu o momento com simplicidade: “Futebol combina com solidariedade. O paraense é acolhedor por natureza e sempre procura fazer o bem”.
Everton lembra que a iniciativa surgiu pequena, quase um jogo entre amigos, mas cresceu rápido. “Dá pra juntar profissional, amador, cantor, influenciador, amigo da barbearia… todo mundo abraçando a causa. Cada jogador trouxe sua cesta ou seu brinquedo. A cada ano o evento cresce mais”, disse.
O meia Juninho, com passagem pelo Paysandu e temporada recente no ABC de Natal, reforçou o clima de união: “É muito bom estar aqui, ajudar quem precisa e rever amigos. Aqui ninguém fala de rivalidade. Tem gente da Tuna, do Remo, do Paysandu… todo mundo junto pela mesma causa”.
O humorista Epaminondas completou o cenário descontraído. “Todo mundo quer ganhar. Tem zoeira, tem provocação, mas no fim tá todo mundo se ajudando. Venho todo ano. Faço uns dezoito gols, pena que ninguém filma”, brincou, antes de comentar o momento do Paysandu. “A queda dói, mas a gente volta. Sofrimento não mata, senão não tinha rival comemorando acesso”.
As doações arrecadadas seguem agora para comunidades ribeirinhas e para famílias da Marambaia, bairro onde o projeto nasceu. Uma noite simples, direta e eficiente, que reforçou algo que o futebol paraense já sabe de longa data: quando a causa é coletiva, a bola junta todo mundo.