A a gestão dos recursos hídricos está entre os principais desafios deste século. Na região amazônica, que possui a maior bacia hidrográfica do mundo, a busca por água de qualidade esbarra em grandes dificuldades. Apesar de existirem milhares de comunidades fixadas às margens dos rios, elas estão dispostas em perímetros muito distantes uns dos outros, o que torna inviável economicamente o desenvolvimento de um sistema público que distribua água adequada ao consumo dessas pessoas. Além disso, o consumo da água dos rios é impróprio devido ao lançamento in natura de dejetos produzidos nas comunidades das ilhas e também dos esgotos das cidades.
Na busca por alternativas que garantam o acesso ao abastecimento de qualidade, a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) trabalham juntas, por meio do projeto “Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais”, para implantar 800 sistemas de aproveitamento de água da chuva em comunidades rurais de municípios a serem escolhidos a partir de parcerias com prefeituras, entidades não governamentais, lideranças comunitárias e famílias.
O projeto foi aprovado no Edital para a Implementação de Tecnologias Sociais de Acesso à Água para Consumo na Região Norte, lançado ano passado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com um investimento de mais de R$ 4 milhões, a iniciativa prevê o atendimento de aproximadamente 4 mil pessoas. Atualmente, está sendo feito o levantamento de potenciais parceiros, ajustado o termo de cooperação técnica entre Secti e Seas e definidas as comunidades a serem contempladas. A previsão é de que, até março de 2014, seja finalizada a implantação dos sistemas nos municípios paraenses.
“Faremos todo o processo de mobilização social com gestores e comunidades, utilizando, ao máximo, a mão-de-obra e os materiais locais. Queremos que as famílias se envolvam, aprendam a usar o sistema, ajustando o que for necessário e, quem sabe, até produzam o seu próprio equipamento posteriormente, pois uma das premissas das Tecnologias Sociais é que elas sejam acessíveis às pessoas e que haja uma interação entre saberes popular e técnico-científico”, explica o titular da Diretoria de Tecnologias Sociais da Secti (DTS), Evandro Ladislau.
Fórum de Tecnologias Sociais
Outras experiências em captação de água pluviais serão compartilhadas no I Fórum Paraense de Tecnologias Sociais, que acontecerá na VI Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, no período de 23 a 25 de outubro, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. O Fórum incluirá o seminário “Estratégias de aproveitamento da água de chuva na Amazônia”, onde serão debatidas as estratégias, desafios e potencialidades regionais.
Confira mais detalhes sobre o projeto de captação de águas pluviais da Seas/Secti, e outros já desenvolvidos no Pará, na 4ª edição da “Ver-a-Ciência” – Revista de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, disponível no site www.veraciencia.pa.gov.br.