











Foto: Cristino Martins/Ag. Pará
Quem, hoje, opta por viajar pelos rios do Pará sabe que ainda há uma distância muito grande entre essa alternativa – paradoxalmente uma das mais viáveis para esta região do País – e outros tipos de transporte já consolidados, como o rodoviário e o aeroviário, por exemplo. Um dos primeiros entraves é o próprio Terminal Hidroviário de Belém, instalado no armazém 10 da Companhia Docas do Pará (CDP), por onde passam uma média de 1,2 mil passageiros/dia. Pensando em ampliar essa demanda e oferecer cada vez mais conforto, segurança e melhores condições de viagem para a população, o governo do Estado, por intermédio da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), decidiu implantar um novo Terminal Hidroviário para a capital, obra que está em ritmo acelerado e deve ser entregue até o final de dezembro deste ano. O investimento é de R$ 17,5 milhões.
Segundo o diretor-presidente da CPH, Abraão Benassuly, o atual Terminal Hidroviário está implantado em um espaço de aproximadamente 900 metros quadrados, o que é considerado insuficiente para a demanda crescente de pessoas em circulação pelo local. Além disso, não oferece condições qualquer comodidade, já que os passageiros precisam esperar pelo embarque em pé, muitas vezes.
Por tudo isso, o governo do Estado firmou um convênio com a CDP, que cedeu o galpão ao lado do atual Terminal Hidroviário – o armazém 9 – para a construção do novo espaço, que oferecerá 2,4 mil metros quadrados de conforto para os passageiros. Totalmente refrigerado, o novo Terminal, que ficará no pavimento térreo, contará com lojas de conveniência, farmácias, praça de alimentação, duas lanchonetes e dois flutuantes com rampas articuladas, um para o embarque e outro para o desembarque de passageiros, além de polícia turística, centro de atendimento ao turista, e todos os órgãos envolvidos com a regulamentação e fiscalização do transporte naval, que ocuparão o pavimento superior do prédio. “Hoje, estamos operando com seis linhas hidroviárias, sendo três delas interestaduais e três intermunicipais. Com a conclusão da obra, essa capacidade deverá ser expandida, pois o Terminal está preparado para isso, além de que estaremos aptos a integrar o projeto BRT, da prefeitura de Belém. Assim, se um passageiro quiser, poderá vir de barco de Icoaraci até aqui e pegar um ônibus para seguir viagem”, relatou Benassuly.
Os benefícios não são apenas para quem vai poder usufruir do transporte hidroviário. Muita gente já está tendo a vida transformada pela obra. É o caso do servente de obras Marco Antônio Gemaque, de 32 anos. Desempregado há um ano e meio, a construção deu a ele uma oportunidade de recolocação no mercado de trabalho. “Só tenho a agradecer pela chance que me foi dada e lutar para conseguir me manter no mercado e crescer profissionalmente. Fico muito contente em poder ajudar a tornar realidade uma obra tão importante”, comemorou.
Além de todos esses aspectos, o novo Terminal Hidroviário de Belém também vai abrir uma nova “janela” para o rio, seguindo o exemplo bem-sucedido da Estação das Docas, que fica próxima ao local, conforme explica o arquiteto da empresa responsável pela execução do projeto, André Nogueira. “Essa é uma estrutura centenária, o que demandou todo um cuidado no processo de recuperação e readequação do espaço. Tivemos uma preocupação especial com a questão do piso, que precisou ser elevado para evitar problemas nas épocas de maré alta e com a visibilidade para o rio. No Terminal anterior, todo o fechamento era feito com chapa de telha, o que impedia a visão da baía. Neste novo projeto, 80% desse fechamento será feito com vidro. Assim, quem estiver passando pela Marechal Hermes, por exemplo, vai poder ver uma bela paisagem”, antecipou.
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Pará em Obras - Terminal Hidroviário de Belém será entregue em dezembro