Pará em Obras
Foto: Sidney Oliveira/Ag. Pará
Muito mais do que a construção de uma nova via. O prolongamento da Avenida João Paulo II – iniciado no último mês de julho e com previsão de término para novembro de 2014 – já está representando uma intervenção urbana tão grandiosa, quase sem paralelos na Região Metropolitana de Belém. Além de contribuir decisivamente para a melhoria da mobilidade urbana, um dos principais objetivos do projeto, a obra também resolverá problemas relacionados a questões ambientais, paisagísticas e sociais da população que vive na área, espalhada por bairros densamente habitados, como Castanheira, Curió-Utinga, e Guanabara.
A nova via em construção, conduzida pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), terá investimento total de R$ 300 milhões, recursos dos governos estadual e federal. A obra abrangerá o trecho compreendido entre a Passagem Mariano, no bairro Castanheira, em Belém, e a Rodovia Mário Covas, em Ananindeua, numa extensão de quase cinco quilômetros. Nesse perímetro, será implantada uma via metropolitana, com duas pistas para tráfego geral, cada uma com 10,5 metros de largura, dividida em três faixas de tráfego, com 3,5 metros cada.Terá, ainda, 2,5 metros de acostamento; 2,5 metros para ciclovia bidirecional; dois metros de calçada do lado esquerdo, e 1,2 m do lado direito. Tudo será separado por canteiro central, com sistema de drenagem. A avenida terá ainda pontos de iluminação pública, câmeras de monitoramento de segurança, passarelas para pedestres e pontos de ônibus.
Também serão instaladas duas pontes, uma com 220 metros de extensão sobre a ponta do Lago Bolonha, e outra com 232 metros, transpondo a ponta do Lago Água Preta. Ambas, metálicas, as pontes foram projetadas pelo arquiteto Paulo Chaves. “Sem dúvida, esta é uma grande obra de mobilidade urbana para a Região Metropolitana de Belém, já que a nossa capital, hoje, tem apenas uma entrada e saída, que é constituída pela BR-316 e Avenida Almirante Barroso. Mas não se trata simplesmente de uma obra viária, e sim de uma intervenção, que vai melhorar a qualidade de vida das pessoas, as quais terão mais acesso a benefícios nas áreas de saúde, saneamento (com a construção de redes de abastecimento de água e de esgoto), segurança e outros aspectos fundamentais. Tudo isso a partir daquela que, em nossa opinião, será a via mais bonita da região”, ressalta o diretor geral do NGTM, César Meira.
Transporte - A obra dará suporte à implantação do Bus Rapid Transit – o BRT Metropolitano, que abrangerá o trecho entre a Rodovia BR-316 até o município de Marituba (na Região Metropolitana). Para isso, o prolongamento se interligará com o elevado do Coqueiro e, a partir deste, com a Rodovia Mário Covas. Essa interligação se dará com a construção da quarta pétala do elevado.
Segundo a diretora executiva do NGTM, arquiteta Marilena Mácola, a obra é de grande complexidade, pois, além da questão viária, muitos outros desafios precisaram ser enfrentados na fase de implantação do projeto.
Primeiro foi preciso realizar uma prospecção arqueológica na área, etapa atrelada à autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em seguida, houve a necessidade de retirar a vegetação que estava no trajeto da via. “Todas as árvores, inclusive, foram catalogadas e depois serão levadas para o Museu da João Paulo II, que também será construído”, informa Marilena.
Em seguida, foi feito o afugentamento e a captura de animais, que foram direcionados para outras áreas de mata, localizadas nos arredores da vegetação que precisou ser retirada. “Todo esse processo foi lento e feito com muito cuidado, pois a questão ambiental é uma das nossas maiores preocupações”, reitera.
Hoje, a obra está avançando na etapa de terraplenagem, com alguns trechos já prontos para receber pavimentação. “Também estamos identificando algumas nascentes que precisam ser protegidas ao longo do trajeto, e trabalhando, junto com equipes da área social, a questão das desapropriações, que envolvem 121 unidades localizadas no leito da avenida”, diz ela.
Uma obra com tamanha complexidade não poderia, naturalmente, deixar de interferir na rotina, em uma área totalmente urbana. Porém, apesar das dificuldades momentâneas, a população já consegue visualizar os benefícios que o empreendimento trará. A dona de casa Adenilda Silva, 51 anos, moradora da Passagem Mariano, no bairro Castanheira, terá de ceder uma parte do seu terreno para uma intervenção da obra. “A gente sabe que toda grande obra acaba trazendo alguns problemas. Mas, apesar disso, estou achando tudo muito bom. Estamos sendo bem tratados pelo governo, e os benefícios, no final, serão muito maiores pra todos”, afirma Adenilda.
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Pará em Obras - Nova Avenida João Paulo II trará qualidade de vida à população