Ciência

Melhorar a economia do município de São Miguel do Guamá, no nordeste paraense. Com esse objetivo, Pâmella de Araújo Santos e Nayla Ferreira Pereira, alunas do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Biologia, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), pesquisam a incidência de parasitas em peixes criados em cativeiro, sob a orientação do professor Danillo Silva. Tilápia e tambaqui, as espécies preferidas pelos produtores, são os peixes utilizados no projeto.
O estudo, intitulado “Fauna Parasitária em Peixes das espécies tilápia (Oreochomis niloticus) e tambaqui (Colossoma macropomum) de Pisciculturas no Município de São Miguel do Guamá-PA”, conta com a parceria da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), por meio do acompanhamento do técnico em Aquicultura Emilio Paixão.
“Elas já tinham feito a parceria com um técnico da Emater. Achei a ideia muito boa, e começamos a orientar como fazer a coleta. A partir daí, vamos fazer uma quantificação e a identificação do parasita, quais espécies estão infectando os dois peixes, e relacionar com a análise físico-química da água”, conta o professor Danilo Silva.
As alunas começaram a pesquisa no último dia 10 de fevereiro, com uma visita a dois locais de criação de peixe em cativeiro. A intenção inicial era realizar a pesquisa em 20 dos 52 criadouros existentes no município. Mas, segundo o professor, devido à aproximação feita com os produtores, possivelmente será realizada em todos os locais de criação.
Conhecimento - Para Pâmella Santos, a pesquisa é importante para os produtores do município, já que, geralmente, há uma necessidade de conhecimento técnico sobre como tratar a água e a causa da mortandade de peixes nos tanques.
“Os produtores estão reclamando. Um deles disse que os animais, em um dos tanques, estavam morrendo. Segundo ele, o tanque estava com uma ‘gosma verde’, mas que na verdade são fungos, bactérias e parasitas”, afirma a aluna.
Além de auxiliar os criadores, a pesquisa contribui para a produção de conhecimento acadêmico sobre o tema, ainda escasso no Brasil. “É um trabalho bem detalhado. São poucas as pessoas conhecidas para falar sobre o assunto e, normalmente, estas pessoas trabalham com fungos e bactérias. Quando encontramos um trabalho sobre parasitas, todos são de fora, em inglês ou espanhol. Dificilmente é de um pesquisador brasileiro”, ressalta Pâmela.
A pesquisa busca, ainda, identificar os parasitas e as estratégias para combatê-los. Assim, os produtores não terão prejuízo, pois eles investem na compra dos alevinos, na manutenção dos tanques e em alimentação, que demanda o deslocamento frequente ao município de Castanhal, na mesma região.
Após a conclusão, a pesquisa, que faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) das alunas, será disponibilizada para a Emater, com o objetivo de orientar os futuros produtores na criação dos peixes.