Agricultura
Pecuaristas de Anapu, na Transamazônica, estão recebendo orientação do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) para combater sem pesticidas industriais a incidência de cigarrinha nas pastagens, uma praga que atinge cerca de 20% das propriedades do município e que suga os nutrientes do capim. A recomendação é aplicar, como controle biológico, um fungo específico, metarhizium anisopliae, cuja presença elimina em definitivo a existência e a proliferação de insetos, preservando a saúde do solo e do gado, que se alimenta da vegetação.
A prática também é considerada financeiramente acessível: meio quilo de um preparado laboratorial do fungo, que tem que ser importado de Marabá e custa R$ 15, é eficaz para o tratamento definitivo de até cinco hectares. Uma demonstração técnica, inclusive para fins de observação, aconteceu no último 27 de fevereiro, para seis produtores, em um hectare de variedade “brisanta”, da Fazenda Mata Verde, localizada no km 138 da rodovia. O fungo é borrifado com uma bomba comum.
“Dividimos o hectare em três parcelas: uma sem aplicação, uma com 60 gramas de fungo e uma com 90 gramas. Queremos mostrar para os agricultores a vantagem da aplicação e testar a quantidade ideal para a realidade do solo de Anapu. Até esta sexta-feira [21] já indicaremos os resultados”, explica o engenheiro agrônomo Carlos Eduardo Souza.
Cada produtor presente na primeira demonstração já recebeu substância suficiente para o uso nos próprios lotes. Uma outra demonstração deve acontecer até o fim desta semana, agora em um assentamento federal, Surubim. A proposta da Emater é gradativamente facilitar o entendimento das vantagens do processo por parte dos produtores e a negociação entre esses e os laboratórios fabricantes.