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Foto: Cláudio Santos/ Ag. Pará
A parceria entre a Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Seidurb) e a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) foi decisiva para a tranquilidade verificada nesta terça-feira (18), primeiro dia da interdição da avenida Perimetral.
Pela manhã, não houve grandes dificuldades no escoamento do tráfego de veículos pelo corredor alternativo indicado pela Semob. Como já sabiam da interdição e dos detalhes da obra, graças a uma intensa divulgação, muitos motoristas evitaram passar por aquele trecho. Os carros que necessariamente tinham de transitar por ali também estavam orientados pela sinalização e pelos agentes da Semob. Nenhum incidente foi verificado.
Os veículos que trafegam pela Perimetral em direção à UFPA dobram na Tv. Mauriti até chegar na Av. João Paulo II no sentido São Brás. Ao chegar próximo à Tv. Antônio Baena, o motorista usa o retorno e, no outro lado da via, acessa a Tv. Francisco Monteiro, de onde segue até a Av. Cipriano Santos para retomar a Perimetral após o trecho em obras. Já para os carros que vão da UFPA para a João Paulo II o desvio é feito pela Cipriano Santos ou Celso Malcher até a Francisco Monteiro, seguindo para a João Paulo II, tanto no sentido São Brás como no sentido da Dr. Freitas, e dali ao destino.
Com o fechamento da Perimetral, esse trecho de 600 metros que vai da Celso Malcher até a Mauriti terá suas obras intensificadas, inclusive com a contratação de mais operários e a extensão da jornada de trabalho. Em 60 dias, será entregue completamente pronto: será feita a implantação da rede-tronco de drenagem, a substituição do solo, a terraplenagem e a duplicação.
“A interdição foi solicitada porque esse trecho tem um solo muito frágil e era iminente o risco de acidentes. A pista já estava começando a fissurar”, explica o engenheiro de campo Arimateia Teixeira. As fissuras no asfalto, na borda do duto de três metros de profundidade aberto para assentamento dos tubos da rede-tronco de drenagem, são provocadas pela dinâmica do deslocamento de carga ocorrido durante a passagem de carros pesados.
O deslocamento transversal, num ângulo de 45 graus, causa um impacto suficiente para ruir as laterais do túnel escavado, já que o solo é muito frágil. “Um acidente desses poderia comprometer a obra e até provocar vítimas fatais”, adverte Arimateia. Outro risco é o fato de o perímetro em obras estar localizado entre duas adutoras da Cosanpa que vêm direto do Bolonha. A tubulação da margem esquerda da pista tem 60 cm de diâmetro. A do lado direito tem 70 cm. "Imagine a vazão de água por essa rede. A quantidade e a velocidade da água são consideráveis. O rompimento de uma dessas tubulações geraria um vazamento com até 20 metros de altura. Para contê-lo, meia Belém teria de ficar sem água. Daí a obra de duplicação da Perimetral ser tão cercada de cuidados", complementou.
Novo subsolo
Um serviço de extrema importância é a substituição do solo subjacente à pista. Segundo Rui Sales, engenheiro da Seidurb responsável pela fiscalização da obra, somente no perímetro da Lomas Valentinas até a João Paulo II isso não será necessário. Mas em todo o trecho da Celso Malcher até a Lomas será retirado 1,5m de profundidade do solo original.
Entre 1m e 1,20m, esse vão será preenchido por um “colchão” de areia e seixo, que se aproveita das chuvas do período para uma compactação por adensamento. Abaixo, de 30cm a 50cm, serão usados materiais modernos e técnicas de engenharia apropriadas para criar uma camada adstringente, que ajude a compactar ainda mais o solo e torne-o resistente à tração e refratário a infiltrações.
Após a duplicação, a Perimetral vai ficar com 21 m de largura, 7 metros para cada pista de rolamento, mais ciclovias, canteiro central e calçadas. Todo o trabalho de urbanização será feito de acordo com um projeto de paisagismo já definido.
A duplicação da Perimetral é uma das obras estruturantes do Sistema Integrado de Transporte da Região Metropolitana de Belém, previsto no Projeto Ação Metrópole, executado pelo Governo do Estado, uma das mais importantes intervenções urbanas já realizadas nesta capital. Depois da obra, a Perimetral estará pronta para receber o tráfego de veículos pesados e servir de conexão entre as avenidas de acesso a Belém (Almirante Barroso e João Paulo II) e a via periférica de ligação com o Centro, a Bernardo Sayão.
Além de desafogar o trânsito na Almirante Barroso e criar um corredor apropriado ao tráfego de caminhões, a duplicação da Perimetral também promoverá uma mudança radical na paisagem dos três bairros que têm a avenida como referência - Guamá, Marco e Terra Firme -, beneficiando 300 mil pessoas.