Saúde
O seminário “Desafios para o Controle da Tuberculose nas Populações Vulneráveis: moradores de rua, privados de liberdade e indígenas” será o primeiro de uma série de eventos que a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) programou, em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose, que acontece na próxima segunda-feira (24), a partir das 14 h, no auditório da sede central da Polícia Civil, em Belém.
Promovido pelo Programa Estadual de Combate à Tuberculose, o evento deve reunir cerca de 200 pessoas, entre estudantes de cursos ligados à saúde e profissionais da Atenção Básica e de referência, que são essenciais para propagar informações sobre a doença, com ênfase na prevenção e no incentivo ao doente para a continuação do tratamento até a cura.
Entre os dias 25 e 27, a palestra “O Programa de Controle da Tuberculose na Atenção Primária: a importância da integração multiprofissional” será ministrada por técnicos da Sespa, em quatro auditórios de faculdades em Belém.
Dados da Sespa indicam que, em 2013, foram registrados no Pará 3.309 novos casos de tuberculose, número abaixo do de 2012, com 3.410 ocorrências, e de 2011, com 3.637 doentes. O Estado ainda concentra, nos municípios de Abaetetuba, Ananindeua, Belém, Bragança, Castanhal, Marituba e Santarém, o maior número de novos casos da doença, entre as 181 cidades brasileiras que mais confirmaram diagnóstico positivo de tuberculose.
Em termos de incidência, o Pará desceu de terceiro para sexto no ranking, agora com 42,3% para 100 mil habitantes. Até 2012, esse percentual era de 49,8%. No entanto, a mortalidade no ano passado atingiu a média de 2,81% por 100 mil pessoas, um pouco acima do registrado em 2011, quando foi de 2,7 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, e ainda superando a taxa nacional de 2,4%.
No Pará, os percentuais de cura e abandono em 2012 e 2013 subiram de 71,9% para 74,5%, e de 7,6% para 8,2%, respectivamente – a maior incidência no Brasil, 45 por 100 mil.
Meta atingida - Diante dos números, a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Lúcia Monteiro, explica que o Estado já alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de descobrir pelo menos 70% dos casos programados para cada ano. No entanto, ela afirma que, em 2014, o foco das ações será uma parcela da população que chega a apresentar um risco de ter tuberculose até 67 vezes maior do que na população geral: moradores de rua, prisioneiros e índios. A abordagem será recorrente durante o seminário e nas palestras que acontecerão no decorrer da semana, para sensibilizar universitários dos cursos de saúde sobre o problema.
“Pretendemos diagnosticar casos de tuberculose nessa população, que é mais vulnerável, para orientar os profissionais de saúde da Atenção Básica a buscarem casos suspeitos, com o objetivo de obter um diagnóstico precoce e encaminhar para o tratamento, que é realizado pelos municípios”, ressalta Lúcia Monteiro, ao lembrar que a doença é uma enfermidade que pode ser prevenida e, em caso de contaminação, o cidadão pode contar com tratamento gratuito durante seis meses, oferecido pelas Unidades Básicas de Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Quanto antes tratar, mais fácil é a cura”, adverte a nota técnica emitida pelo Programa Estadual de Controle da Tuberculose, que também ressalta a principal preocupação dos profissionais de saúde que já trabalham no combate à doença: muitos pacientes abandonam o tratamento, resultando em um aumento de resistência das bactérias, e na chamada tuberculose multirresistente, que em 2013 teve 43 novos casos só no Pará.
A programação em torno da Semana Alusiva ao Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose inicia na próxima segunda-feira. As palestras alusivas ao tema acontecerão de acordo com o seguinte cronograma: no dia 25, das 15 às 17 horas, no auditório do campus IV da Uepa; no dia 26, das 09 às 12 h, no auditório da faculdade Fibra; também no dia 26, das 14h30 às 16h30, no auditório Silveira Neto, da UFPA, e no dia 27, das 10 às 12 h, no auditório do campus Alcindo Cacela, da Unama.
Informações básicas sobre Tuberculose, conforme protocolo do Ministério da Saúde:
O que é?
Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões. Também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro.
Qual a causa?
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose - Mycobacterium bovis, africanum e microti.
Quais os sintomas?
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, e outros apresentam sintomas aparentemente simples, que são ignorados durante alguns meses e até anos. Contudo, os sinais e sintomas mais descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se em uma tosse com pus ou sangue, cansaço excessivo, febre baixa, geralmente à tarde, sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão e fraqueza. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração, eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura, membrana que reveste o pulmão. Se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.
Como se transmite?
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso, que podem ser aspiradas por outro indivíduo, contaminando-o. Somente de 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas com HIV/Aids, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, usuários de álcool e outras drogas/tabagistas são mais propensos a contrair a tuberculose.
Como tratar?
O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente, e é iniciado nas Unidades Básicas de Saúde. São utilizados quatro remédios para o tratamento dos casos, que utilizam o esquema básico. Quase todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.
Como se prevenir?
É necessário imunizar as crianças de até 4 anos, obrigatoriamente as menores de 1 ano, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar.
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