Economia




Foto: Antônio Silva/Ag. Pará
O Governo do Pará e a Malásia firmaram nesta sexta-feira (28) um termo de cooperação técnica para transferência de tecnologia, visando beneficiar a agricultura familiar na produção de óleo de palma. O documento foi assinado pelo governador Simão Jatene, pela secretária geral do Ministério das Plantações de Óleo de Palma da Malásia, Datuk Seri Rahim, pelo diretor geral adjunto do Conselho de Óleo de Palma, Ahmad Kushairi Din, pela presidente da Emater, Cleide Amorim, e pelo secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, David Leal.
O encontro aconteceu no gabinete do governador no Comando Geral da Polícia Militar. A secretária Datuk Seri Rahim apresentou ao governador a produção de óleo de palma na Malásia, segundo maior produtor mundial de palma. Segundo ela, o Brasil, especialmente o Pará, tem grande potencial para o desenvolvimento da cultura da palma. "Temos um programa governamental voltado à melhoria de renda dos agricultores familiares", informou ela, ao expor o interesse em estreitar a relação econômica com o Pará.
A Malásia, segundo a secretária, está investindo em pesquisas para melhorar a forma de produção do óleo de palma e, com isso, tornar a renda dos agricultores familiares próxima ao ideal. A limitação de área para cultivo, explicou ela, é um dos entraves que seu país enfrenta para expandir a produção. "O programa em desenvolvimento atualmente vai alcançar, no máximo, seis milhões de hectares", frisou Datuk Seri Rahim.
O governador Simão Jatene destacou as dimensões continentais do Pará. "Nosso Estado tem 1 milhão e 250 mil quilômetros quadrados, o que equivale a 125 milhões de hectares. Deste total, 30 milhões são áreas antropizadas (já modificadas pelo homem). Dois milhões de hectares são destinados à agricultura e os 28 milhões de hectares restantes são, supostamente, destinados à pecuária. Mas ao comparar a quantidade de cabeças de gado nesta área - 20 milhões -, percebe-se a absoluta baixa utilização das terras", ressaltou.
Tripla revolução - Para Simão Jatene, as potencialidades do Estado não são suficientes para vencer, sozinhas, os dois grandes inimigos do Pará, que são a pobreza e as desigualdades sociais. "Precisamos fazer uma tripla revolução, sem a qual não teremos a capacidade de usar e combinar esse potencial todo. O conhecimento é um dos pilares dessa revolução. Em seguida, vem a capacidade de produção e, por fim, novas formas de gestão e governança", afirmou.
O governador disse à secretária do Ministério da Malásia que a busca de novos produtos, como a palma, interessa ao governo paraense. "O mix de grandes plantações com agricultura familiar dará sustentabilidade econômica, política e social, porque passa a ser visto pela sociedade como um projeto de inclusão", avaliou.
Segundo as autoridades da Malásia, o óleo de palma é o mais comercializado no mundo, mantendo essa posição há 20 anos. É ainda o mais produzido no mundo, em comparação à soja. Em 2013, a Malásia exportou 18 bilhões de toneladas de óleo de palma. "O acordo assinado hoje servirá como plataforma inicial, uma troca de experiências entre o Pará e a Malásia, além de contribuir para as pesquisas não só do plantio, como na área industrial", concluiu o governador.