Cultura
Foto: ALESSANDRA SERRÃO/ COMUS PMB
O Teatro Experimental Waldemar Henrique foi criado em 17 de setembro de 1979, em Belém, para sediar as apresentações de grupos de teatro experimentais da região. Sua arquitetura inspirada na art nouveau é mais antiga que sua existência enquanto teatro. Ali funcionava inicialmente o cinema Radium, em seguida, o Museo Comercial, e por último, a sede da Caixa Econômica Federal.
O teatro está localizado na avenida Presidente Vargas e tem como vizinho outro grande patrimônio, o Theatro da Paz, na Praça da República. A primeira montagem em cartaz foi dirigida por Geraldo Sales, com o Grupo Experiência, e o texto era “Os Perigos da Bondade”, de Chico de Assis, tendo como protagonista Cláudio Barros, no papel de Cearim.
O prédio do Teatro Experimental do Pará Waldemar Henrique pertence ao Governo do Estado, que o mantém e administra, por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). O prédio é tombado pelo patrimônio histórico e foi restaurado para abrigar principalmente espetáculos de teatro e dança. “Ele é um espaço chamado ‘experimental’ porque não possui palco fixo, como no modelo italiano. Nele é possível combinar diversos tipos de palco, também possui estrutura de sonorização e iluminação móveis, se adequando à montagem de vários tipos de espetáculo”, explica Salomão Habib, gerente do teatro.
Para oferecer tanto aos artistas quanto ao público um espaço confortável, o teatro passou por uma reforma interna, em 2012, com a recuperação das instalações elétricas, hidráulicas, a substituição de toda a parte cênica (vestimenta do teatro, sonorização e iluminação), além da pintura interna e externa. Por se tratar de um prédio histórico, houve toda a preocupação durante o restauro, de manter os traços originais do prédio.
Salomão Habib reforça a importância histórica e cultural do espaço: “Nestes 35 anos de existência, o Teatro Waldemar Henrique teve grande importância para as manifestações artísticas e culturais amazônicas – tanto as relacionadas ao teatro, quanto à dança e à música. Ele é motivo de grande orgulho para o público e artistas paraenses, um verdadeiro patrimônio histórico, de grande valor, por isto essa é uma data que não pode passar em branco”.
A abertura da programação de aniversário será nesta quarta-feira, 17, com a apresentação de solos e duos de ballet clássico, contemporâneo e de salão, a partir das 16h, na fachada do teatro. Quem se encarrega desta parte do evento são as escolas de dança de Belém: Escola de Danças Clara Pinto, Ballare Escola de Dança, Escola de Dança Edith Marques, Fame Dance Studio, Estúdio Corpo em Movimento, Cia. Clássica Experimental de Dança. A partir das 17h, o público é convidado a adentrar o teatro para acompanhar o show do músico Salomão Habib, que prepara repertório especial para o aniversário do teatro.
O segundo dia, 18, traz o espetáculo “Subúrbios”, da Cia. Cabanos de Dança, às 20h. A atração une teatro e dança para reproduzir situações cotidianas. Ritmos como funk, brega e carimbó estão presentes na montagem. A proposta do espetáculo é abordar o dia a dia de uma sociedade no subúrbio com muito humor, evidenciando suas alegrias, seus dramas, suas intrigas, suas danças e a sua cultura. A direção teatral é de José Leal e a direção geral de Rolon Ho.
No dia 19, a Cia. Cênica de Cínicos contribui com a programação através da performance “Madzi”, a partir das 20h. Logo em seguida, às 20h20, o público confere a apresentação teatral “A Loucura de Uma Atriz”, com Luiza de Abreu. O espetáculo é um monólogo de Nazareno Tourinho e relata a história de uma atriz que sofre com alucinações de seres imaginários.
No dia 20, a Sá Produções colabora com o aniversário do teatro fazendo o público rir com o espetáculo “De Morto e Louco Todo Mundo Tem um Pouco”, às 20h. O espetáculo traz as dificuldades de uma família de classe baixa, da periferia de Belém, atrás de melhores condições de vida e trabalho... Sem perder a fé em dias melhores.
A Cia. Atores em Cena realiza o encerramento da festividade, no dia 21, às 11h, com o espetáculo infanto-juvenil “Um Louco Conto de Fadas”. A narrativa coloca o universo dos contos de fadas do avesso, tudo porque duas fadas aprontam uma enorme confusão.