Abastecimento
Cerca de 300 toneladas de pescado serão postas à venda nas Feiras do Peixe organizadas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap) para regular a oferta do produto no Pará durante a Semana Santa. Essa foi uma das ações definidas durante o encontro de trabalho realizado nesta sexta-feira, 6, em Belém, para discutir o abastecimento de peixe na capital e nas principais cidades do Estado durante o período de maior consumo.
O encontro, organizado pela Sedap, reuniu representantes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Secretaria Municipal de Economia (Secon), Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Imetropará, Delegacia do Consumidor, Procon, Secretaria de Estado da Fazenda e dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Pesca e Aquicultura.
O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca, Hildegardo Nunes, acredita que é preciso avançar com uma política de preços e de abastecimento para o setor que vá além do decreto que impede a saída de pescado do Pará no período próximo da Semana Santa, que vem sendo publicado regularmente nos últimos anos.
“Precisamos criar novos mecanismos, buscando a pactuação com os pescadores artesanais, indústrias e aquicultores, de forma a assegurar a oferta de pescado com preço acessível. O decreto tem um papel regulador, mas não representa uma política por si só e, não raramente, induz à clandestinidade, criando mercados paralelos de venda”, avalia Hildegardo.
Ficou definido que serão realizadas reuniões com representantes dos comerciantes de peixe do Ver-o-Peso e da indústria de pesca para firmar acordos fixando preços, além de um estoque mínimo de pescado a ser destinado exclusivamente para a venda no Pará. “A médio prazo, nossa política para assegurar o abastecimento em períodos de maior demanda, como é a Semana Santa, é fortalecer a aquicultura. O crescimento da produção aquícola paraense é a melhor saída para equilibrar esse mercado”, afirma Hildegardo.
Feira do Peixe
O supervisor técnico do Dieese, economista Roberto Sena, apresentou durante a reunião na Sedap os dados da pesquisa de preços do pescado comercializado nos mercado de Belém, que aponta para um reajuste acumulado médio acima de 15% ao longo do ano de 2014, nos preços das principais espécies de peixe vendidas na capital. Os dados da pesquisa sobre o mês de janeiro só deverão ser finalizados e apresentados na próxima semana pelo Departamento, mas Sena adiantou que os preços continuam em alta, com reajustes acima da inflação do mês.
O economista destacou a importância das Feiras do Peixe, organizadas pelo Estado, para regular o preço do mercado. “As feiras têm sido um instrumento importante para ajudar no preço do pescado durante a Semana Santa”, afirmou.
Para este ano, a Sedap planeja realizar as feiras em 10 a 12 pontos da capital e em mais cerca de 50 municípios paraenses. Apenas em Belém, espera-se colocar à venda nestes locais perto de 120 toneladas de pescado. A venda é feita diretamente do produtor ao consumidor. O papel do Estado é de mediador, oferecendo instalações e logística para os produtores venderem seus produtos e fixando os preços de venda.